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Enchentes como as do RS podem ser cinco vezes mais frequentes, diz estudo

Enchentes extremas como o desastre climático no Rio Grande do Sul, em maio de 2024, podem ser cinco vezes mais frequentes. É o que aponta um estudo da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

A pesquisa “As Enchentes no Rio Grande do Sul: Lições, Desafios e Caminhos para um Futuro Resiliente” apresenta diversas análises sobre a trágedia gaúcha, apontando causas e consequências após as cheias. O estudo também faz projeções para o futuro e aponta ideias para prevenir novas tragédias.

A ANA explica que, podendo se tornar cinco vezes mais frequentes, eventos extremos que hoje ocorrem, em média, a cada 50 anos, podem acontecer no futuro a cada 10 anos, em média. 

As projeções ainda indicam que as vazões máximas dos rios da região Sul, durante as cheias, podem aumentar em 20%, ampliando os impactos de eventos como o de 2024. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, banhada pelo Guaíba, esse acréscimo pode resultar em um aumento de 50 cm a um metro nos níveis d’água.

Consequências da tragédia

O material ainda relembra os impactos negativos da tragédia no Rio Grande do Sul, que afetou 478 das 479 cidades gaúchas, com quase 2,4 milhões de pessoas impactadas. Foram confirmadas 184 mortes e 806 feridos, além de 25 ainda desaparecidos. Cerca de 146 mil pessoas foram desalojadas e mais de 50 mil ficaram desabrigadas.

De acordo com o estudo, as enchentes também evidenciaram as “vulnerabilidades existentes no planejamento urbano, na gestão de recursos hídricos e na comunicação de riscos à população”.

Segundo um levantamento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), o nível máximo atingido pelo Guaíba em Porto Alegre foi de 5,37 metros na estação Cais Mauá C6. O registro foi 60 cm maior ao feito durante as cheias em 1941 no centro da cidade, de 4,75 m.

A pesquisa também conclui que “O Rio Grande do Sul é particularmente suscetível a cheias rápidas e intensas”, por ser banhado por duas grandes bacias hidrográficas (Rio Uruguai e Lagoa dos Patos), que favorecem o escoamento rápido das águas.

Caminhos para o futuro

A iniciativa ainda aponta meios para “a construção de um futuro resiliente“, citando possíveis melhorias na infraestrutura, na cultura e na administração do estado gaúcho. Leia alguns pontos apresentados abaixo:

  • A chuva extrema de 2024 deve ser considerada como cenário possível para o planejamento não só no Rio Grande do Sul, mas também em outras regiões
  • Monitoramento contínuo: ampliar a cobertura em áreas críticas (como cabeceiras de bacias), implementar redundância nos sensores e reduzir o intervalo de transmissão de dados
  • Conhecimento e tecnologia como aliados na prevenção de novos desastres e na reconstrução após a tragédia
  • Sistemas de alerta para reduzir perdas e danos

O estudo apresentado pela ANA é resultado do trabalho do Grupo Técnico de Assessoramento para Estudos Hidrológicos e de Segurança de Infraestruturas de Reservação e de Proteção das Cheias no Estado do Rio Grande do Sul (GTA RS). A comissão analisa e propõe diretrizes e estratégias para a reconstrução de áreas afetadas por eventos climáticos.

A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Serviço Geológico do Brasil, Universidade Federal do Rio Grande, Universidade Federal de Pelotas e a Universidade de Brasília.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Enchentes como as do RS podem ser cinco vezes mais frequentes, diz estudo no site CNN Brasil.

Ir para o conteúdo original: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/sul/rs/enchentes-como-as-do-rs-podem-ser-cinco-vezes-mais-frequentes-diz-estudo/

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