A quarta-feira (2) traz indicadores relevantes para o acompanhamento das atividades econômicas no Brasil e nos Estados Unidos. No início do dia, às 9h, sai a pesquisa de produção industrial de maio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados sobre o desempenho do setor manufatureiro. Já às 14h30, o Banco Central publica o fluxo cambial semanal, que informa a entrada e saída de dólares no país.
Nos Estados Unidos, o dia começa com a divulgação do relatório de empregos privados da Automatic Data Processing (ADP), às 9h15, uma prévia do mercado de trabalho que antecipa parte dos dados do relatório oficial conhecido como Payroll. Às 11h30, o Departamento de Energia divulga os estoques semanais de petróleo da Administração de Informação de Energia (AIE), número que costuma influenciar diretamente os preços da commodity e os ativos relacionados ao setor de energia.
O que vai mexer com o mercado nesta quarta
Agenda
Nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, às 9h30, da Caminhada do Dois de Julho, no Largo da Soledade, em Salvador (BA). Em seguida, às 12h45, ele embarca na Base Aérea de Salvador com destino a Buenos Aires, onde tem chegada prevista para as 16h45.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa às 8h30 da Reunião de Ministros de Economia e Presidentes de Bancos Centrais dos Estados Partes do Mercosul. Às 10h, participa da sessão matutina com os Estados Partes. Em seguida, às 10h30, realiza reunião bilateral com o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem audiência das 9h às 10h com Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, e Augusto Ferreira Lima, CEO da instituição. À tarde, das 13h às 14h15, participa de almoço na Embaixada da França, em Brasília, por ocasião da visita do ministro francês do Comércio Exterior e Cidadãos Franceses no Exterior, Laurent Saint-Martin. Mais tarde, das 17h30 às 18h30, Galípolo se reúne com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Todas as agendas são fechadas à imprensa.
O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, participa, das 8h30 às 16h (horário local), do Forum do Banco Central Europeu, em Sintra, Portugal. O evento é aberto à imprensa presencialmente e por transmissão.
Brasil
9h – Produção industrial (maio)
14h30 – Fluxo cambial (semanal)
EUA
9h15 – Emprego privado (ADP) junho
11h30 – Estoques de petróleo (AIE) semanal
INTERNACIONAL
Pacote fiscal
O Senado dos Estados Unidos aprovou, por 51 votos a 50, o pacote fiscal de US$ 3,3 trilhões do presidente Donald Trump, com voto decisivo do vice-presidente JD Vance. A proposta, chamada informalmente de “One Big Beautiful Bill”, une cortes de impostos e gastos, além de ampliar incentivos ligados à campanha de Trump. A medida agora segue para a Câmara dos Representantes, onde enfrenta resistência até entre republicanos. Entre os pontos mais polêmicos estão cortes no Medicaid, no vale-alimentação e em subsídios à energia limpa. A oposição democrata critica o impacto sobre os mais pobres e o aumento do déficit. Economistas e o próprio presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertaram para o risco fiscal.
Sem pretensão
O presidente Donald Trump afirmou que não pretende estender o prazo de 9 de julho para negociações comerciais com outros países. Ele voltou a demonstrar ceticismo sobre um possível acordo com o Japão, dizendo duvidar que haja avanço. A declaração foi feita a bordo do Air Force One, ao retornar da Flórida. Trump também ameaçou impor tarifas de até 35% sobre importações japonesas, acima dos 24% anunciados em abril e depois suspensos. As falas indicam possível endurecimento na política comercial dos EUA.
Muito firme
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que será “muito firme” com o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, em busca de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Os dois se reunirão em Washington na próxima semana, em meio a pressões por avanços diplomáticos. Trump disse esperar um acordo ainda nos próximos dias, ressaltando a urgência da libertação de reféns mantidos pelo Hamas. A visita de Netanyahu incluirá reuniões com membros do alto escalão do governo republicano.
Controle total
A Rússia anunciou o controle total da região de Lugansk, no leste da Ucrânia, consolidando o domínio sobre uma das quatro províncias ilegalmente anexadas por Vladimir Putin em 2022. O feito é simbólico: das áreas reivindicadas por Moscou, apenas Lugansk está 100% ocupada. As demais, como Donetsk, Zaporíjia e Kherson, ainda têm resistência ucraniana. A tomada ocorre em meio ao esfriamento do apoio militar dos Estados Unidos, já que o presidente Donald Trump tem pressionado por negociações diretas com o Kremlin. Apesar do avanço russo, a Ucrânia mantém ofensivas, como o ataque com drones à cidade de Ijevsk, a mais de mil quilômetros de suas fronteiras. O impasse nas conversas de paz, travadas após dois encontros entre Trump e Putin, alimenta especulações sobre novas escaladas do conflito.
ECONOMIA
Reunião
Em meio à crise entre Executivo e Legislativo causada pela judicialização da derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, tem encontro marcado com líderes da base governista na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. A reunião ocorre após a decisão do governo Lula de acionar o Supremo Tribunal Federal ( STF) para tentar reverter a anulação do decreto, o que foi interpretado por parte dos parlamentares como um “ataque” ao Congresso.
MP do Fundo Social
Numa vitória para o governo, o Senado aprovou nesta terça-feira, 1°, o projeto da medida provisória do Fundo Social (MP 1291/2025), incluindo a permissão para que o governo leiloe petróleo e gás excedentes do pré-sal – com um potencial de arrecadação de até R$ 20 bilhões.
Petróleo do Brasil
A produção de petróleo do Brasil somou 3,679 milhões de barris por dia em maio, alta de 10,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, marcado um novo recorde, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na terça-feira (1º). A produção de gás natural, por sua vez, somou 172,3 milhões de metros cúbicos em maio, alta de 18,3% na comparação anual, disse a agência.
Inadimplência
A inadimplência do produtor rural pessoa física no Brasil subiu para 7,9% no primeiro trimestre, alta de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024. O dado considera dívidas vencidas há mais de 180 dias ligadas ao agronegócio, segundo a Serasa Experian. Houve também aumento frente ao último trimestre de 2024. Para Marcelo Pimenta, da Serasa, o avanço era esperado e demonstra a resiliência do setor diante de custos elevados e queda de receita. Apesar das dificuldades, a maioria dos produtores segue honrando seus compromissos.
Juros
O Plano Safra 2025/26 para a agricultura empresarial terá juros até 2 pontos percentuais maiores que o ciclo anterior, apesar da alta de 4,5 pontos na taxa Selic. Segundo o ministro Carlos Fávaro, o governo absorveu parte desse aumento com recursos do Tesouro. O total destinado ao programa será de R$516,2 bilhões, alta de 1,5% em relação ao ciclo anterior. Fávaro disse que, mesmo com custos elevados, o plano segue sendo “recorde” e “estimulante”. A equalização dos juros foi apontada como essencial para manter a atratividade ao produtor.
POLÍTICA
IOF
A AGU (Advocacia-Geral da União) acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para confirmar a validade do decreto que elevou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A ação também pede liminar contra o decreto legislativo que suspendeu o ato do Executivo. Segundo o advogado-geral Jorge Messias, a medida do Congresso violou a separação de Poderes. A decisão de judicializar partiu do presidente Lula, que se irritou com a condução do tema pela Câmara. A AGU afirma que o debate será jurídico e visa garantir a normalidade institucional.
Conciliação
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam a possibilidade de assumir um papel de mediação para tentar costurar um acordo entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a cúpula do Congresso Nacional. A iniciativa surge em meio à crescente crise envolvendo a revogação do IOF em transações cambiais, após decisão da Corte que surpreendeu parlamentares e gerou reação no Legislativo.
Incompreensível
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse na terça-feira que não compreendeu a mudança de postura do Congresso na derrubada dos decretos sobre o IOF. Segundo ele, havia um encaminhamento acertado no domingo anterior, e agora aguarda explicações do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a quem telefonou na semana passada. Apesar de reforçar o respeito ao Legislativo, Haddad mostrou surpresa com a condução do caso.
Rebelião dos mais ricos
O presidente Lula defendeu o ministro Fernando Haddad e criticou a “rebelião” contra a elevação da tributação sobre os mais ricos. Ele ressaltou que a proposta visa fazer 140 mil pessoas pagarem mais para beneficiar 10 milhões. Lula afirmou que é possível avançar sem conflitos, apenas com diálogo, para construir uma política fiscal justa. Haddad seguiu o tom, questionando setores que se opõem mesmo diante de indicadores econômicos positivos. Lula afirmou que o país será o que decidiram fazer, retirando privilégios para melhorar a vida de todos.
Motta e os empresários
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou a empresários que o Congresso atuará em conjunto com o Senado para impedir qualquer aumento de impostos proposto pelo governo. Ele apontou a busca por propostas de ajuste fiscal, como a Reforma Administrativa, valorizada pelo mercado. Nas redes sociais, Motta foi criticado por se encontrar com empresários, o que, segundo internautas, reforça a ideia de que o Congresso está preocupado com os mais ricos.
CPI do INSS
O PL deve indicar o senador Rogério Marinho (RN) como membro titular da CPI do INSS, disputando a vaga com Izalci Lucas (DF), confirmou o líder Carlos Portinho (RJ). Flávio Bolsonaro deve assumir a vaga do partido na CPI do Crime Organizado, considerada mais estratégica para sua atuação. Marinho é visto como articulador moderado e “cabeça pensante” do PL, com apoio de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. O partido pretende usar deputados com grande alcance nas redes sociais para controlar a narrativa da CPI e desgastar o governo. Hugo Motta sinalizou que indicará um relator com perfil equilibrado, enquanto o PL aposta em parlamentares midiáticos como Nikolas Ferreira e Bia Kicis.
Poder paralelo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou buscar um “poder paralelo” com a eleição da maioria do Congresso em 2026 para enfrentar o STF (Supremo Tribunal Federal). Em publicação no X, afirmou que seu objetivo é ampliar a representação de uma “maioria silenciosa” dentro das regras democráticas. Bolsonaro já havia dito que, com maioria na Câmara e no Senado, teria mais poder que o presidente da República, mesmo estando inelegível até 2030. Ele pretende influenciar a escolha de lideranças do Congresso e de comissões estratégicas para controlar a narrativa política. O ex-presidente também prioriza candidaturas que apoiem ofensivas contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes. A estratégia inclui negociar chapas com aliados e avaliar até suplentes que compartilhem dessas posições.
Anistia e Pix
Lula criticou Jair Bolsonaro (PL) pelos pedidos de anistia e campanhas de Pix para pagar advogados diante dos processos na Justiça. Ele afirmou que jamais pedirá anistia antes de ser condenado e que quem não tem coragem não deveria cometer erros.
Resposta
O governo Lula enviou uma carta ao The Economist após a revista chamar o presidente brasileiro de “incoerente no exterior” e “impopular em casa”. A resposta, assinada pelo chanceler Mauro Vieira, destacou os pilares da democracia, sustentabilidade, paz e multilateralismo defendidos por Lula. Vieira também ressaltou o papel do Brasil no G20 e nos Brics, refutando acusações de posturas antiocidentais. A reportagem da revista foi usada por adversários para atacar Lula nas redes sociais. O Itamaraty defende que a política externa do Brasil é coerente e baseada em princípios da Carta da ONU.
(Com Agência Brasil, Estadão e Reuters)
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Fonte: InfoMoney