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Em evento do BRICS, Lula diz que austeridade “não deu certo em nenhum país”

Ao discursar nesta sexta-feira (4) na reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o modelo de austeridade fiscal “não deu certo em nenhum país do mundo”.

“Acho que vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento sem condicionalidades. O modelo de austeridade não deu certo em nenhum país do mundo. Toda vez que se fala em austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”, declarou Lula.

O evento do Banco do BRICS, como é conhecida a instituição, reúne ministros de Estado, membros do conselho do NBD, líderes empresariais e representantes da sociedade civil. O objetivo é trazer para o debate temas como inovação, o impacto e função das instituições financeiras multilaterais para países em desenvolvimento.

Ainda segundo Lula, é preciso reeducar as instituições criadas a partir do Acordo de Bretton Woods (Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial) com o objetivo de estabelecer uma nova forma de financiamento para países em desenvolvimento.

“Não é possível que o continente africano deva US$ 900 bilhões e o pagamento de juros, muitas vezes, é maior do que qualquer dinheiro que eles têm para fazer investimentos. Ou nós discutiremos uma nova forma de financiamento para ajudar os países em via de desenvolvimento e, sobretudo, os países mais pobres da África, Ásia e América Latina, ou esses países vão continuar pobres por mais um século”, completou o mandatário.

Banco do BRICS

A instituição financeira foi fundada oficialmente em 2014 durante a 6ª Cúpula dos Brics, em Fortaleza, Brasil, e surgiu como uma iniciativa de vanguarda para impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável entre os países do Sul Global.

O NDB foi criado pelos membros fundadores do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e destaca-se como uma alternativa às tradicionais instituições multilaterais e uma resposta à necessidade de financiamento de longo prazo para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países que integram o agrupamento, bem como outras nações emergentes.

O Acordo de Fortaleza, firmado em 2014, estabeleceu os pilares do banco, cujo principal objetivo é mobilizar recursos para projetos que promovam a sustentabilidade e melhorem a qualidade de vida das pessoas. O NDB passou a funcionar em 2016, com sede em Xangai, na China.

Desde sua criação, o Banco do Brics aprovou mais de US$ 32,8 bilhões em financiamentos em projetos no Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Bangladesh e Egito.

Entre os destaques, estão iniciativas como a expansão de redes de energia renovável na Índia, o desenvolvimento de infraestrutura ferroviária na África do Sul e o fortalecimento de sistemas de abastecimento de água no nordeste brasileiro.

O impacto da atuação nas economias emergentes permite a expansão de membros, que pode ampliar a base de capital do banco, hoje avaliada em US$ 100 bilhões, e atrair mais investimentos globais.

Fonte: CNN Brasil

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