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Em 5 anos, ganhos de CEOs subiram 50%, e salários dos demais cresceram só 0,9%

Em 2024, a remuneração média global de CEOs atingiu US$ 4,29 milhões, o que representa um aumento real de 49,7% em cinco anos. No mesmo período, os salários do trabalhador médio avançaram 0,9%. Isso significa que, proporcionalmente, os ganhos dos presidentes de empresas cresceram 56 vezes mais.

Os dados são da relatório da Oxfam divulgado em razão do Dia Internacional do Trabalhador. A pesquisa aponta que os ganhos dos altos executivos escalaram, enquanto os salários gerais “mal se mexem”, segundo Amitabh Behar, diretor executivo da Oxfam Internacional, que atua no combate à desigualdade.

O cálculo do ganho médio dos presidentes de empresas considerou informações do banco de dados da S&P Capital IQ, que reúne balanços financeiros de empresas globais de capital aberto e fechado. O estudo teve como recorte a remuneração de CEOs que receberam mais de US$ 1 milhão no ano passado, em uma amostra final que incluiu 1.984 empresas de 35 países.

Os valores que consideraram salários, bônus, participação por ações e benefícios, foram ajustados pela inflação com base no Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), conforme os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para evitar distorções, a análise se baseou na mediana das remunerações.

Ganho dos trabalhadores

A pesquisa mostra que Irlanda e Alemanha têm alguns dos CEOs mais bem pagos do mundo, com ganhos anuais em média de US$ 6,7 milhões e US$ 4,7 milhões em 2024, respectivamente.

Para medir o avanço nos salários gerais, a Oxfam considerou dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) nos mesmos países onde havia informações sobre a remuneração de CEOs. A média, ponderada pelo PIB de cada economia, apontou um aumento real de apenas 0,9% entre 2019 e 2024.

O aumento da remuneração dos CEOs ocorre em meio a alertas de que os salários gerais não acompanham o custo de vida, alerta a organização. O documento destaca que, no ano passado, o aumento real dos salários em países como França, África do Sul e Espanha ficou em 0,6% no último ano.

A análise da Oxfam indica ainda que uma minora dos altos cargos é ocupa por mulheres. Apenas 6,9% dos postos de CEOs de empresas com receita acima de US$ 10 milhões são liderados por executivas. O balanço considerou 45.501 companhias em 168 países.

Disparidade maior no Brasil

O relatório também traz informações sobre a disparada salarial de gênero entre trabalhadores. A partir dos dados da S&P Capital IQ, a organização aponta que a diferença de ganhos entre homens e mulheres foi de 22,2%% em 2023, uma melhora em relação ao registrado no ano anterior (26,6%). O levantamento considerou informações de 11.366 corporações, em 82 países.

A diferença salarial, no entanto, é mais acentuada em alguns países. Empresas no Japão e na Coreia do Sul registraram algumas das maiores disparidades, de cerca de 40%. Na América Latina, a diferença média foi de 36% em 2023, acima dos 34% do ano anterior. Empresas no Canadá, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido reportaram diferenças médias de 16%.

No Brasil, a diferença aumentou de 19,4%, em 2022, apara 20,7% no ano seguinte. No caso das mulheres negras, a disparidade ultrapassa 50%, segundo Viviana Santiago, diretora-executiva da Oxfam Brasil.

Ao fim da pesquisa, realizada em parceria com a Confederação Sindical Internacional (ITUC), a Oxfam sugere que os governos “mantenham e acelerem o movimento para taxar os super-ricos, tanto nacional quanto globalmente”. Também indica que deveriam garantir que salários mínimos acompanhem a inflação.

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