O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), compartilhou, em suas redes, dois questionamentos do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao tenente-coronel Mauro Cid sobre a falta de assinatura de Jair Bolsonaro (PL) na chamada “minuta do golpe”.
O vídeo foi editado pelo deputado estadual paulista Bruno Zambelli (PL), irmão da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP).
“O senhor tinha a função de pressionar o presidente para assinar minuto do estado de defesa, estado de sítio, etc. Esse documento foi assinado?”, questionou Fux.
Em resposta, Cid negou e afirmou que “em nenhum momento foi assinado”.
“Inclusive, era a grande preocupação do comandante do Exército, por isso que ele me chamava várias vezes, era que o presidente assinasse alguma coisa sem consultar e sem falar com ele antes”, acrescentou.
“Porque, de certa forma, de todo aquele imbróglio ali de pessoas, desses grupos que eu dividi, ele acabava sendo a voz mais lúcida que ia conversar, que dava um entendimento maior do que estava acontecendo”, finalizou Cid.
Bruno Zambelli disse, no final do vídeo, que a fala de Fux foi “excelente”, e a explicação de Cid foi “esclarecedora”.
“O delator confirma que o ex-presidente Bolsonaro não assinou a minuta, também não assinaram os ministros da Justiça Anderson Torres e o ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Muito importante neste momento do depoimento”, concluiu o deputado.
Núcleo crucial
No julgamento do Supremo, o réu Mauro Cid declarou, que Jair Bolsonaro foi pressionado para decretar estado de sítio.
“Tinha-se uma pressão grande se os generais que estavam, se o general Freire Gomes não fosse fazer nada, uma das alternativas seria trocar os comandantes para que o próximo comandante do Exército assinasse ou tomasse uma medida mais dura e radical. Isso estava dentro daquele contexto de pressionar o presidente a assinar um decreto”, começou Cid.
“Toda pressão que estava sendo feita em cima do presidente era para que ele assinasse o decreto, só não consigo dizer qual decreto, mas que ele assinasse um decreto, que ele determinasse uma ação militar, um estado de defesa, um estado de sítio”, prosseguiu.
O STF iniciou os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Além de Mauro Cid, serão ouvidos mais sete réus:
- Alexandre Ramagem, deputado e ex-chefe da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.
A Primeira Turma do STF reservou os cinco dias desta semana para os interrogatórios.
*Sob supervisão de Douglas Porto
Fonte: CNN Brasil