(Foto: Reprodução/YouTube/CPAC)
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira (11) que qualquer tentativa de reverter a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve estar condicionada a uma “anistia ampla, geral e irrestrita”.
A declaração, feita no X (antigo Twitter), intensifica a pressão do bolsonarismo sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e revela a articulação política por trás da ofensiva internacional promovida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O comentário foi publicado pouco depois da reunião do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com Gabriel Escobar, chefe da missão diplomática americana no Brasil. A visita reforça a tentativa do governador de se posicionar como interlocutor viável junto aos EUA, em um momento em que Donald Trump tem se recusado a dialogar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Na publicação, Eduardo adota o discurso de que o Brasil vive uma “ditadura” e critica qualquer tentativa de acordo que não inclua a libertação de bolsonaristas processados por tentativa de golpe de Estado. Ele também chama a sobretaxa de “Tarifa-Moraes”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, a quem atribui perseguição política.
“Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar, ou bem-vindos à ‘Brazuela’”, escreveu Eduardo, sugerindo que a continuidade do processo judicial contra Jair Bolsonaro inviabilizaria as negociações com os EUA.
Segundo ele, revogar as tarifas sem atender às exigências de Trump equivaleria a um “acordo caracu”, expressão vulgar usada para designar acordos em que uma das partes é prejudicada. O parlamentar também reiterou que a prisão de Bolsonaro é iminente e seria motivada por razões políticas, caso não haja intervenção externa.
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A declaração do deputado ocorre no mesmo dia em que o presidente Donald Trump afirmou publicamente que não pretende conversar com Lula “por enquanto”, embora tenha deixado aberta a possibilidade de diálogo futuro.
O posicionamento de Eduardo contrasta com a postura mais pragmática adotada por Tarcísio de Freitas, que tenta ocupar um espaço político como figura de mediação. Após a reunião com Escobar, o governador paulista defendeu a busca por soluções técnicas e o diálogo com o setor produtivo.
“Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”, disse Tarcísio, em recado indireto ao Planalto.
A avaliação no governo paulista é de que a radicalização do bolsonarismo — hoje representada por Eduardo — pode afastar investidores e empresários paulistas preocupados com os impactos do tarifaço.
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Fonte: InfoMoney