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Duolingo dobra número de cursos em nova estratégia de inteligência artificial

ODuolingo anunciou a maior expansão de conteúdo da sua história: serão 148 novos cursos de idiomas lançados em 2025, todos desenvolvidos com o suporte de inteligência artificial generativa.

Com os novos cursos, usuários que falam espanhol, português e línguas europeias poderão aprender idiomas asiáticos como japonês, coreano e chinês. Da mesma forma, quem fala línguas asiáticas terá acesso a conteúdos nos idiomas mais populares fora do inglês.

A oferta mais que dobra o número de cursos para não falantes de inglês e mira mais de um bilhão de novos usuários globais.

Segundo o cofundador e CEO, Luis von Ahn, o uso de IA encurtou em meses um processo que antes levava anos. “Levamos cerca de 12 anos para desenvolver nossos primeiros 100 cursos. Agora, com ajuda da IA, conseguimos fazer mais do que isso em um único ano”, declarou ele, de acordo com a Bloomberg.

IA substitui contratados e desafia padrão de qualidade

A expansão, no entanto, não vem sem polêmica. Desde 2023, o Duolingo passou a reduzir progressivamente o número de contratados, começando com o corte de 10% dos prestadores de serviço, especialmente nos times de criação de conteúdo. Von Ahn deixou claro que o plano é substituir progressivamente tarefas repetitivas por automação e só aumentar a equipe aonde a IA não conseguir atuar.

“Vamos parar gradualmente de usar contratados para trabalhos que a IA pode fazer”, afirmou em comunicado interno recente. Para ele, essa é uma decisão estratégica: “Pode haver perdas pontuais de qualidade, mas os ganhos em escala são incomparáveis”.

No curto prazo, essa mudança impactou as margens da empresa — o que analistas do mercado consideraram um “sacrifício necessário” em troca do crescimento. A adoção de recursos pagos com IA também ajudou a bater recordes de assinaturas e impulsionou a projeção de receita para 2025.

Críticas dos usuários e defesa da empresa

Apesar do crescimento, parte dos usuários já começa a questionar os efeitos da IA.

Nas redes sociais, usuários relatam erros de correção, frases desconexas e falta de contexto real nas atividades. “O curso de japonês era muito melhor antes dessa bagunça com IA”, escreveu uma usuária no LinkedIn.

O Duolingo afirma que continua empregando especialistas humanos para revisar e testar todo o conteúdo — tanto o gerado por IA quanto o tradicional.

“Não há evidências de que o conteúdo gerado por IA tem mais erros”, disse um porta-voz da empresa à Bloomberg. Ele reforça ainda que a empresa “não planeja reduzir o número de contratados imediatamente”, mas está avaliando setor a setor.

Por dentro da IA

O Duolingo usa modelos como o GPT, da OpenAI, desde 2023, mas também vem testando opções da Anthropic, Google e soluções open-source.

O objetivo é escolher o modelo mais adequado para cada tarefa: por exemplo, o Claude, da Anthropic, foi melhor para conteúdos matemáticos no novo curso de matemática do aplicativo.

Outro exemplo de inovação é o novo curso de xadrez, lançado em versão beta. Ele foi criado inicialmente por dois funcionários — sem formação em engenharia — usando uma ferramenta de código baseada em IA. Agora, o curso conta com desenvolvedores e algoritmos capazes de adaptar o nível do jogo ao desempenho do aluno.

Ir para o conteúdo original: https://exame.com/tecnologia/duolingo-dobra-numero-de-cursos-em-nova-estrategia-de-inteligencia-artificial/

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