O Drex é um dos principais projetos de inovação financeira do Banco Central, mas também tem enfrentado desafios que desaceleraram o projeto. Para Renata Petrovic, head de Inovação do Bradesco, os percalços não significam que o Drex irá morrer, mas talvez seja necessário que o projeto evolua para “outra solução”.
Em entrevista à EXAME durante o Web Summit Rio 2025, Petrovic disse que “ou se encontra evolução” para solucionar os problemas atuais de privacidade e escalabilidade ou “se evolui para outra solução”. “É possível pensar em outras formas de fazer, talvez ser menos descentralizado. Existem outros jeitos de fazer uma CBDC, outra solução técnica que não seja a inicialmente concebida”.
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Mesmo assim, a executiva destacou que não acha que o projeto “vai morrer”. “É mais uma dificuldade técnica no momento”, resume. Petrovic disse que, assim como outros bancos, o Bradesco segue “na expectativa” pelo Drex e “está querendo ver a coisa acontecer”: “Estamos preparados, o que existe é uma expectativa para começar a operar”.
A executiva disse que, mesmo com os desafios do projeto, houve “muitos ganhos” nas primeiras fases de testes do piloto, em especial com “muita troca entre os grupos, um benefício de aprendizado muito grande, que fica entre os grupos. E isso fica para o próprio banco”.
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“Todos os bancos estão na mesma velocidade nas discussões, e existe a construção conjunta, mas cada um também está tendo aprendizados separados, até porque cada um vai fazer o seu smart contract [contrato inteligente, uma ferramenta das redes blockchain]. Tem que ter essa inteligência específica”, explicou.
Petrovic avalia que, no momento, os dois principais problemas do Drex são a questão de privacidade, que tem sido mais discutido e divulgado, e o de potencial de escalabilidade e segurança da rede. Sobre o segundo tema, ela afirma que “com a expectativa que o Pix gerou, o quanto escalou, a expectativa é construir uma rede robusta, que também escale”.
“O Drex é moeda, é rede, é infraestrutura. O certo do Drex é o real tokenizado, não real digital. É o piloto também, é tudo isso. É a questão da moeda que vai ser emitida pelos bancos a partir do lastro do Drex de atacado. Hoje, o problema todo está mais na rede de liquidação da moeda, que ainda não estamos encontrando uma solução”, pontua.
Bradesco e criptoativos
A head de Inovação do Bradesco afirmou ainda que não tem uma previsão de quando o projeto pode ser lançado pelo público, e ressaltou que “quem tiver, é chute”. Enquanto isso, o banco segue envolvido na nova etapa do piloto do projeto e também intensificou ações envolvendo ativos digitais.
Petrovic explicou que o Bradesco vai aguardar avanços na regulação do mercado de criptomoedas antes de definir se vai ofertar a negociação de criptomoedas para seus clientes. Por outro lado, o banco está desenvolvendo um piloto de uso de stablecoins do mercado para liquidar transações no exterior, entre empresas. “Com certeza existe um benefício de eficiência [nas stablecoins]”, avalia.
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