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Do Brasil para o mundo: a hora de escalar a tecnologia nacional

*Por Telmo Costa, CEO da Meta

Os empreendedores brasileiros estão hoje nos principais polos de tecnologia – da China a Israel, do Canadá aos Estados Unidos. Deixamos de ser apenas exportadores de commodities para sermos fornecedores de inovação e tecnologia de impacto global. Mas ainda falta ainda entender: como transformar nossas empresas de tecnologia e startups em companhias de atuação internacional? Como projetar nossas soluções com olho no mundo? O Brasil tem capacidade técnica, tecnologia e empresas inovadoras. O desafio é pensar e agir globalmente.

Israel nos inspira: por ter um mercado limitado, já nasce pensando no mundo. O Brasil, com uma população vinte vezes maior, tende a focar em problemas locais, nem sempre planejando desde o início a escalabilidade internacional. É hora de refletirmos sobre o que nossos desafios têm em comum com os de outros países e como podemos adaptar produtos e serviços para escalar, ajustando modelos e tecnologias para realidades diversas.

A inteligência artificial (IA) reduz fronteiras e acelera esse processo. No Brasil, seu uso se dá, principalmente, para eficiência e escala. Nos mercados mais avançados, a IA já transforma modelos de negócios.

Temos a resiliência, tema do evento Brazil at Silicon Valley 2025 realizado neste mês nos Estados Unidos, como diferencial estratégico, temos espaço e oportunidade para avançar de forma diferenciada, com soluções mais robustas, competitivas e menos customizadas.

Hoje, a infraestrutura tecnológica avança rapidamente, com saltos de capacidade e performance em áreas que vão do campo à medicina. O impacto real, nas palavras do chairman do evento, Avanish Sahai, vem de soluções que ajudem clientes e usuários a criarem valor a partir dessa infraestrutura.

O agronegócio brasileiro é exemplo. Equipamentos tecnológicos, coleta e análise de dados em tempo real estão revolucionando a agricultura de precisão. Empresas já monitoram equipamentos e aumentam produtividade com dados ao vivo – mostrando como a tecnologia bem aplicada gera valor imediato.

Tudo isso se conecta com a evolução do papel humano nas organizações. Não se trata de substituir pessoas, mas de capacitá-las e integrá-las melhor para aproveitarem todo o potencial da tecnologia. Profissionais precisarão, cada vez mais, questionar, analisar, interpretar respostas da IA e agir de forma estratégica e criativa. O trabalho será cada vez mais exploratório e complementar às máquinas.

Também está claro que a agilidade virou ativo estratégico. Em um mundo de mudanças rápidas, formar alianças e parcerias tornou-se essencial para acessar conhecimentos que, isoladamente, não seriam dominados a tempo. A tecnologia ficou complexa demais para ser internalizada – a construção de redes de expertise tornou-se essencial.

É inspirador constatar que, em meio às adversidades, muitas empresas brasileiras criam soluções “no Brasil, para o mundo”. Temos uma oportunidade enorme de impulsionar esse movimento, ajudando clientes globais a conhecerem e adotarem nossas inovações.

Consolidar o Brasil como potência tecnológica exige estratégias de escalabilidade, internacionalização, alianças, adaptação cultural e conexão com a academia e hubs globais.

O BSV 2025, que reuniu 700 pessoas de 14 países, mostrou que temos a capacidade e a energia, que são muito necessárias, temos talento, dados e inovação. Para alcançar o mundo, podemos ampliar ainda mais a ambição de termos modelos brasileiros de tecnologia e inovação para exportação. É hora de acreditar, construir e nos posicionarmos como protagonistas no palco global.

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