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Decisão da Moody’s sobre EUA é o de menos, diz Ray Dalio: “Risco da dívida é maior”

Decisão da Moody’s sobre EUA é o de menos, diz Ray Dalio: “Risco da dívida é maior”

O investidor bilionário Ray Dalio, fundador do Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo, afirmou que o recente rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Moody’s representa apenas uma parte dos riscos enfrentados pelos detentores de títulos públicos. Para ele, a ameaça mais séria está fora do radar das agências: a possibilidade de o governo americano imprimir dinheiro para honrar suas dívidas.

“Ao falar do rebaixamento da dívida dos EUA, é importante saber que as agências de rating subestimam os riscos de crédito porque avaliam apenas a chance de o governo não pagar o que deve”, escreveu Dalio em uma publicação na rede social X. “Para quem se importa com o valor do seu dinheiro, os riscos da dívida americana são maiores do que o que as agências transmitem.”

Na semana passada, a Moody’s rebaixou a nota dos EUA de AAA para Aa1, citando o crescente desequilíbrio fiscal e a escalada da dívida nacional. Foi a última das três grandes agências a retirar a classificação máxima dos títulos soberanos americanos.

Apesar disso, Dalio argumenta que o risco de inadimplência é hoje improvável — e menos relevante do que o impacto que a expansão da base monetária pode ter sobre o valor real dos rendimentos. “Eles não consideram o risco maior, que é o de os países endividados imprimirem dinheiro para pagar suas dívidas, fazendo com que os detentores dos títulos sofram perdas devido à desvalorização do dinheiro que estão recebendo”, disse.

Na prática, a emissão de dólares para cobrir déficits aumenta a oferta de moeda e pressiona a inflação, reduzindo o poder de compra dos rendimentos obtidos com os títulos.

A avaliação de Dalio surge em meio ao debate sobre o novo orçamento no Congresso americano. Segundo a Moody’s, as propostas atuais não devem levar a cortes significativos nas despesas obrigatórias nem na trajetória dos déficits, o que compromete a sustentabilidade fiscal de longo prazo.

Na segunda-feira, após o rebaixamento, os juros dos Treasuries de 30 anos superaram os 5% — patamar não visto desde o episódio em que o então presidente Donald Trump anunciou tarifas retaliatórias em abril de 2018, o que também provocou uma onda de vendas no mercado.

Dalio já havia criticado anteriormente o impacto das políticas tarifárias na percepção de confiabilidade dos EUA. Em agosto, ele alertou que o ambiente de incerteza e os riscos nos mercados estavam deixando os investidores “traumatizados” e minando a reputação americana como porto seguro financeiro.

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Fonte: InfoMoney

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