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De volta ao prato principal: Minerva ganha fôlego e vira aposta de grandes bancos

De volta ao prato principal: Minerva ganha fôlego e vira aposta de grandes bancos

As ações da Minerva (BEEF3) voltaram ao radar de bancos e analistas após a conclusão de uma oferta de capital de R$ 2 bilhões na sexta-feira (20), que reduziu parte da pressão financeira sobre a companhia. Com o reforço de caixa e um ambiente externo mais favorável para exportações de carne bovina, a companhia recebeu revisões nas recomendações e atualizações de preço-alvo por parte de instituições como Bank of America (BofA), XP Investimentos, Santander e BTG Pactual.

Apesar da melhora nas margens operacionais e de projeções mais otimistas para o desempenho internacional, os analistas dizem que os níveis de endividamento ainda devem ser acompanhados com atenção. Mesmo com o alerta, os investidores parecem otimistas com a companhia: às 15h15 (horário de Brasília) desta quinta-feira (26), as ações da empresa subiam 0,83%, a R$ 4,83.

O Bank of America elevou a recomendação para os papéis da Minerva de “desempenho abaixo da média” para “neutra”, mantendo o preço-alvo em R$ 6 por ação. Os analistas enxergam um potencial de valorização de 25% após a ação ter ficado 10% abaixo do desempenho do Ibovespa nos últimos três meses.

A conclusão do aumento de capital ajuda a reduzir o risco financeiro da empresa, embora a alavancagem ainda seja considerada elevada, com projeção de 2,9 vezes o indicador de dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para este ano.

O banco ajustou sua metodologia de avaliação, reduzindo a projeção de múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 4,5 para 4,3 vezes, alinhado à média histórica. O BofA também revisou as premissas cambiais, projetando um real mais forte, o que diminui a exposição líquida em dólares e favorece o endividamento. Como resultado, a projeção de lucro por ação para este ano subiu de R$ 0,66 para R$ 1,38.

A preferida do setor

A XP Investimentos também revisou suas projeções, mas mais otimista, elevando a recomendação para compra e colocando a Minerva como sua principal escolha no setor. O preço-alvo, no entanto, foi reduzido de R$ 8,40 para R$ 7,90 por ação. Segundo os analistas da casa, a combinação entre oferta e demanda por proteínas e a perspectiva de expansão das plantas adquiridas pela companhia sustentam uma aceleração nos lucros nos próximos trimestres.

A XP calcula que as ações estejam sendo negociadas a 4,5 vezes Ev/Ebitda para este ano, abaixo da média histórica de 5,0 vezes, o que, somado ao rendimento estimado de fluxo de caixa de 15,1% em 2026, cria uma relação risco-retorno atrativa. A análise também aponta que, mesmo em um ambiente adverso, o múltiplo subiria para 4,9 vezes, ainda considerado viável. O relatório diz, no entanto, que a execução da retomada das plantas e a dinâmica de câmbio e juros seguem como variáveis importantes no comportamento das ações.

O Santander também revisou sua visão sobre a Minerva, elevando a recomendação para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com novo preço-alvo de R$ 7,10 ao final de 2026, ante R$ 7 projetado anteriormente para este ano. O banco vê como positiva a recente declaração do Brasil como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que abre espaço para exportações a países como Japão.

A instituição também projeta uma redução anual de R$ 290 milhões nas despesas financeiras, com melhora na conversão de caixa e reforço no patrimônio líquido após o aumento de capital. A projeção de Ebitda da companhia foi ajustada para R$ 4,7 bilhões, alta de 6%.

Dívida líquida atrapalha recomendação

Já o BTG Pactual manteve a recomendação neutra para as ações, embora reconheça oportunidades táticas no curto prazo. O banco diz que os resultados do primeiro trimestre deste ano vieram abaixo do esperado, mas atribui parte do desempenho ao aumento de estoques, resultado de uma estratégia de antecipação de exportações.

A expectativa, segundo os analistas, é de que esses estoques sejam monetizados no segundo trimestre, beneficiando-se dos preços elevados da carne bovina nos Estados Unidos e da demanda aquecida na China. O banco projeta margem Ebitda de 8,8% para este ano e 9,2% para 2026, puxada pela retomada das plantas adquiridas da Marfrig.

Mesmo com a capitalização recente, o BTG estima uma dívida líquida de R$ 17,8 bilhões ao fim deste ano, o que levaria a uma alavancagem de 3,9 vezes, considerando ajustes com operações de financiamento de capital de giro. O relatório também aborda a possibilidade de arbitragem entre as ações e os bônus de subscrição BEEF11, que podem trazer ganhos adicionais de até R$ 1 bilhão nos próximos três anos, dependendo do exercício pelos acionistas.

Diante da situação financeira da empresa, o banco de investimentos cortou o preço-alvo das ações de R$ 10 para R$ 8.

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Fonte: InfoMoney

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