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De volta a Moscou, Lula tenta convencer Putin a negociar cessar-fogo com a Ucrânia

Quatro dias depois de deixar Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta à capital da Rússia para o que pode ser mais que uma simples escala.

Lula deixou Pequim na manhã desta quarta afirmando que iria tentar conversar em Moscou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a fim de tentar convencê-lo a ir a participar pessoalmente da negociação direta que ele propôs com os ucranianos para discutir um cessar-fogo na guerra entre os dois países, que já dura mais de três anos.

As conversas estão previstas para ocorrer em Istambul, na Turquia. O lado ucraniano deve ser representado pelo presidente do país, Volodymyr Zelensky. Já a Rússia nomeou o vice-chanceler Sergey Ryabkov. Em entrevista coletiva antes de deixar Pequim, Lula disse que seu objetivo é conversar com Putin para convencê-lo a ir a Istambul e negociar diretamente com Zelensky. Segundo Lula, ele atenderá a um pedido do chanceler ucraniano, Andrii Sibiha, que ligou para o homólogo brasileiro, Mauro Vieira, apelando para que Lula interviesse junto a Putin.

— Eu, quando parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar: ô, companheiro Putin, vá até Istanbul negociar, porra. Não custa nada — disse Lula.

Segundo o presidente brasileiro, ele já havia conversado sobre o conflito com Putin em sua visita recente a Moscou, onde participou na semana passada da celebração do Dia da Vitória soviética sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Lula contou que ao jantar ao lado de Putin transmitiu outro pedido do lado ucraniano, para que a Rússia aceitasse uma trégua de 30 dias.

— O ministro Mauro Vieira me passou um pedido do Zelensky, para dizer se você aceitaria a paz, eu disse para o Putin. E o Putin disse textualmente, ‘eu topo discutir isso’ —contou.

Embora sem confirmação oficial da conversa entre os presidentes, o retorno de Lula a Moscou e sua intenção de falar com Putin mobilizou a imprensa russa. A jornalistas brasileiros após a coletiva em Pequim, ele disse que a viagem a Moscou seria só para abastecimento do avião presidencial. Mas surgiram especulações de que poderia ser uma parada mais longa. Consultado, o Kremlin não confirmou a conversa. “No momento, não posso dizer nada sobre isso. Se os contatos forem acordados de alguma forma, nós o informaremos imediatamente”, disse em nota o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov.

A guerra na Ucrânia foi um dos principais assuntos discutidos pelo presidente durante sua visita à China. Na terça, Brasil e China divulgaram uma declaração sobre o conflito, em que voltam a defender o diálogo direto entre os lados.

“O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.”

Fonte: Exame

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