Convidado do episódio 233 do GainCast, Hermann Greb é um dos nomes mais experientes do mercado financeiro brasileiro. Com mais duas décadas de atuação, ele compartilhou os altos e baixos de sua trajetória.
Paulistano de origem, Greb relembra suas visitas à região central de São Paulo na adolescência. “Eu vi uns caras bonitos, todo engravatado, com um ‘telefonão’ na mão e falei: Mãe, que que é isso?”, conta. Ao saber que se tratava de profissionais do mercado financeiro, nasceu sua curiosidade no setor.
Mesmo cursando engenharia civil, Greb nunca perdeu o interesse pelo mercado. Trabalhou com obras e empreendimentos, mas buscava algo maior: “Eu nunca assinei carteira de trabalho, sempre fui empreendedor”.
Experiências internacionais
A oportunidade de fazer um trainee no Oriente Médio foi o ponto de virada. Durante a experiência, recebeu um convite de um colega para realizar um curso interbancário na Alemanha. Sem hesitar, aceitou: “Eu estou dentro, eu vou”.
De volta ao Brasil, investiu os US$ 8 mil que ganhou como engenheiro trainee no exterior em operações no mercado internacional. “Perdi quase tudo”, admitiu. Determinado, vendeu o carro da família para financiar uma viagem aos Estados Unidos, onde se especializou em operações de mercado financeiro na NFA (National Futures Association).
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Conquista de clientes
No final de 2004, uma ligação inesperada marcou o início de uma nova fase em sua carreira: “Tocou o telefone na minha casa, era um cara falando espanhol”. A partir desse contato, captou seu primeiro cliente, um venezuelano, e deu início à construção de uma carteira sólida no exterior, que alcançaria mais de 500 clientes, com apoio de parcerias firmadas com bancos internacionais.
Apesar do sucesso, enfrentou problemas legais no Brasil em 2005, após se envolver indiretamente em uma investigação. O alerta veio de forma inusitada: ao retornar de uma viagem internacional e tentar pagar um café com cartão de crédito no aeroporto, descobriu que suas contas haviam sido bloqueadas judicialmente.
A origem do problema estava ligada à captação de um cliente brasileiro com envolvimento em casas de câmbio, o que resultou na quebra de sigilo bancário e na intervenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). “Fui depor na CVM do Rio umas sete vezes”, recorda.
No entanto, para ele, o episódio foi um divisor de águas em sua vida: “Foi a melhor coisa da minha vida porque eu aprendi a ser homem”.
Transição para o mercado brasileiro
Após anos operando no mercado estrangeiro, foi incentivado por um amigo a conhecer o mercado de minicontratos de dólar no Brasil. “Comecei a operar com dinheiro meu em 2019”, disse.
Em 2020, decidiu fundar seu próprio educacional. Hoje, Greb soma mais de 45 mil alunos, com foco em formar traders conscientes com uma jornada de formação sólida.
Metodologia
Greb é enfático sobre seu estilo: “Fluxo, mas precisa estar atrelado a um gráfico atemporal”. Ele afirma que consegue operar apenas observando o Times & Trades.
Porém, defende que a leitura do gráfico oferece uma compreensão mais precisa dos níveis de preço. “O gráfico pende um pouquinho mais, mas tem que ser o gráfico certo, o que eu uso”, explica. Assim, para ele, unir leitura de fluxo com um gráfico atemporal bem calibrado é o que dá sustentação às suas decisões operacionais.
Especializado em câmbio, Greb defende a especialização em um ativo: “Ou eu sou bom em alguma coisa ou não sou bom em nada”.
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