O fundador da Kings Sneakers, Igor Morais, conta a história da empresa no programa Do Zero ao Topo (Divulgação/InfoMoney)
O fundador da Kings Sneakers, Igor Morais, conta a história da empresa no programa Do Zero ao Topo (Divulgação/InfoMoney)
" data-medium-file="https://i1.wp.com/www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2025/07/ZAT-com-Kings-Sneakers-2.png?fit=300%2C222&quality=70&strip=all&ssl=1" data-large-file="https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2025/07/ZAT-com-Kings-Sneakers-2.png?fit=1200%2C888&quality=70&strip=all">No comando de uma rede com mais de 160 lojas espalhadas pelo Brasil e um faturamento superior a R$ 350 milhões em 2024, Igor Morais, fundador da Kings Sneakers, viu sua vida mudar por completo a partir de um modesto empréstimo de R$ 300, feito por um amigo.
“A gestão de caixa é o maior desafio do empreendedor honesto, que se incomoda quando deve”, afirmou Igor durante sua participação no Do Zero ao Topo, programa do InfoMoney no qual o empreendedor compartilhou os altos e baixos de sua trajetória e destacou os principais desafios de quem constrói um negócio do zero no Brasil.
“Mas quem trabalha direito consegue comprar menos, renegociar prazos e pegar um empréstimo de curto prazo para atravessar momentos difíceis”, ressalta.
Segundo ele, além das dificuldades financeiras típicas do empreendedorismo, o sistema tributário brasileiro pesa. “A gente trabalha o ano todo, fecha o DRE e vê quanto pagou pro governo. O que o governo oferece de volta é muito pouco.”
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Música, inclusão social e propósito
Antes de criar uma das marcas mais reconhecidas de streetwear do Brasil, Igor teve sua vida entrelaçada com a música. Começou trabalhando na loja de discos do pai e vendendo CDs raros. Hoje, além de CEO da Kings, realiza um antigo sonho com o selo musical “Somos”, fundado ao lado do irmão e do rapper Dom Cezão.
“Minha meta é ajudar jovens a empreender ou dar emprego para eles. Hoje temos quase mil jovens na Kings.”
A empresa prioriza diversidade, inclusão e o apoio a mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade. “A gente vê o potencial deles mesmo quando a autoestima está baixa”, disse. O selo musical, que já lançou seis artistas, também é um instrumento de transformação. “Queremos produzir clipes premiados, dar visibilidade e oportunidade.”
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Da Galeria do Rock aos shoppings centers
O salto da Kings para o varejo de shopping centers foi um divisor de águas na história da marca. Igor lembra que sair da Galeria do Rock para ocupar espaço em shoppings exigiu mais do que coragem: foi preciso reinventar-se. “Shopping não é jogo de amador”, definiu.
Ele quase comprou pontos comerciais em grandes shoppings, mas acabou começando por uma loja em um centro comercial decadente — a única que sobrou após perder as demais oportunidades.
Com R$ 20 mil, reformou a loja com as próprias mãos, trocando lâmpadas, manequins e aplicando sua visão sobre arquitetura comercial.
“A arquitetura fala com o cliente. Loja de sucesso tem uma assinatura, tem alma.”
Para chamar atenção e gerar fluxo, organizou um evento com Projota — ainda desconhecido na época — que atraiu mais de mil pessoas. “Credibilizei o ponto. As pessoas lembravam que aquela era a loja do Projota.”
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Estratégia, expansão e mentalidade de crescimento
Com o sucesso da primeira loja, Igor começou a construir um fluxo de caixa robusto, reinvestindo o lucro em novos pontos. Chegou ao Shopping Tatuapé e, com mais estrutura, partiu para uma expansão agressiva via franquias.
“Eu sabia que nasci pra ter uma rede, mas não tinha dinheiro pra isso em médio prazo. A franquia foi a saída.”
A virada veio com a entrada no Shopping Morumbi, um dos mais tradicionais de São Paulo. Mesmo enfrentando resistência da administração, que não compreendia o público-alvo da marca, Igor persistiu. “Tive que me autocomprovar. Depois que entenderam a proposta, liberaram.” Daí em diante, a expansão deslanchou: “Quando você abre no Morumbi, os outros shoppings passam a te ligar.”
Filosofia de vida e novos projetos
Hoje, Igor não vive apenas de trabalho. Após anos dedicando todos os dias da semana ao negócio, ele equilibra a vida pessoal com momentos em família e encontros com amigos. “Um dia por semana é sagrado com os amigos. A gente não pode esquecer de onde veio.”
Ele também continua inquieto. Em visita recente à China, voltou com pelo menos cinco novos projetos para colocar em prática em 2025. “Todo dia eu quero ser um pouco melhor do que ontem”, declarou. E se pudesse dar um conselho a si mesmo no início da jornada? “Acredita e vai.”
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Ao final do bate-papo, quando questionado sobre a quem recorre nos momentos de incerteza, Igor foi direto: “Não ligo pra ninguém. Ligo pra Deus.” E entre os podcasts que ouve com frequência, cita o próprio “Do Zero ao Topo” e “Mano a Mano”, destacando este último como sua principal fonte de aprendizado sobre cultura, ancestralidade e política.
“Ser empreendedor no Brasil não é fácil”, salienta o CEO da Kings Sneakrs. “Mas quem acredita e age, transforma até um ponto esquecido do shopping numa marca nacional”, conclui.
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Fonte: InfoMoney
