As ações da CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) operavam em baixa após a divulgação de seus respectivos resultados na noite da última quinta-feira (8). Às 11h10 (horário de Brasília), CSNA3 caía 6,85%, a R$ 8,97, enquanto CMIN3 recuava 6,03%, a R$ 5,77.
Apesar da forte queda, a visão é de resultados mistos para as companhias. O Goldman Sachs, por sua vez, já apontava antes da abertura uma reação do mercado de neutra a negativa, já que o mercado fica de olho na queima de caixa contínua e qual será o caminho para a desalavancagem.
O Bradesco BBI ressalta que a CSN reportou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 2,509 bilhões, cerca de 7% acima das projeções do banco e 4% acima do consenso, explicado principalmente por resultados mais fortes do que o esperado em suas divisões de minério de ferro e aço.
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No segmento de minério de ferro, os volumes de vendas atingiram um nível recorde para um primeiro trimestre em 9,6 milhões de toneladas e o custo caixa C1/tonelada caiu 11% na base anual para US$ 21,0/t.
O BBI tambeḿ destaca que a siderúrgica reiterou sua projeção de produção para 2025 de 42,0 a 43,5 milhões de tonelada. Ao mesmo tempo, a divisão de aço da CSN também registrou números operacionais sólidos, apesar dos volumes sazonalmente mais fracos.
A equipe de BBI observa que os volumes de vendas de aço mais fortes do que o esperado e o custo caixa de aço estável (custos de insumos mais baixos compensaram a diluição de custos fixos mais fraca) impulsionaram um EBITDA de R$ 485 milhões (margem EBITDA de 8%).
Contudo, do lado negativo, na avaliação do BBI, a divisão de cimento da CSN registrou resultados abaixo do esperado, com a empresa citando um ambiente competitivo mais acirrado que pesou sobre os preços realizados.
Apesar do sólido EBITDA, a geração de fluxo de caixa livre (FCF) da CSN foi novamente negativa, em meio a elevadas despesas com juros e capex (com sua alavancagem reportada agora em 3,3 vezes Dívida Líquida/EBITDA).
Já o Itaú BBA comenta que o EBITDA da CSN veio apenas 2% abaixo da sua estimativa, em função de resultados ligeiramente abaixo do esperado na divisão de siderurgia, devido a custos mais altos, que mais do que compensaram os volumes mais fortes do que o previsto.

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A geração de fluxo de caixa livre (FCF) foi negativa em R$ 173 milhões, mas a relação dívida líquida/EBITDA caiu para 3,3 vezes devido ao maior EBITDA dos últimos 12 meses.
Com um desempenho reportado em linha no 1T25, a XP manteve sua visão neutra para as ações da CSNA3, uma vez que cautelosa sobre as expectativas de preços do minério de ferro (dada uma demanda pouco inspiradora), altos níveis de alavancagem da CSN implicando uma margem de segurança limitada em vista do aumento da taxa de juros no Brasil.
Além disso, a XP destaca uma perspectiva desafiadora para os negócios expostos ao mercado doméstico, uma vez que a indústria de aço no Brasil continua enfrentando alta concorrência em relação a produtos importados, com um ambiente competitivo mais acirrado para a divisão de cimento como um ponto negativo nos resultados do 1T25.
O Goldman Sachs comenta que o desempenho fraco do EBITDA do segmento de siderurgia foi compensado por alguma melhora nos outros segmentos. Já o EBITDA de mineração veio em linha.
O banco americano estima que a CSN tenha queimado cerca de R$ 2 bilhões em caixa no 1T25. Com o lucro deteriorando-se (devido à pressão sobre os preços do minério de ferro e do aço), as despesas financeiras permanecendo elevadas e o capex ainda em nível máximo, analistas esperam uma queima de caixa total de R$ 5,4 bilhões no ano, o que representa 40% do valor de mercado da empresa, com uma queima significativa de caixa nos próximos 3 anos.
Com isso, o Goldman Sach projeta a alavancagem da CSN no 1T25 em 4,2 vezes dívida líquida/EBITDA (incluindo leasing e pré-pagamentos), com um custo de capital relevante dado o nível atual das taxas de juros.
Mantemos nossa recomendação de venda (Sell) para CSNA3,
O BBI e BBA mantiveram recomendação neutra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 9 e R$ 12. Já o Goldman Sachs reiterou recomendação de venda e preço-alvo de R$ 7,70, devido à alavancagem elevada, alta necessidade de capex e uma avaliação pouco atrativa (tanto para CMIN quanto para CSNA).
CSN Mineração (CMIN3)
O Itaú BBA destaca que os resultados pioraram sequencialmente devido a custos mais altos e volumes mais fracos. O EBITDA da CSN Mineração no 1T25 atingiu R$ 1,4 bilhão, queda de 29% em relação ao trimestre anterior, mas alta de 27% em relação ao ano anterior, e 2% acima da estimativa do banco.
O BBA também destaca que a CSN Mineração reportou geração de fluxo de caixa livre (FCF) positiva de R$ 546 milhões no 1T25, superior aos R$ 212 milhões registrados no 4T24, impulsionada por menores necessidades de capital de giro, investimentos (capex) e despesas financeiras em caixa, apesar dos resultados operacionais mais fracos na comparação trimestral.
Já a posição de caixa líquido da companhia caiu para R$ 4 bilhões no 1T25 (ante R$ 4,6 bilhões no 4T24), devido ao efeito negativo da valorização do real sobre o caixa mantido em dólares. A alavancagem medida pela razão dívida líquida/EBITDA permaneceu confortável, em -0,65 vez no trimestre.
Segundo o BBI, o EBITDA ajustado da CSN Mineração ficou 9% acima da estimativa do banco, impulsionado por volumes maiores do que o esperado e por um desempenho de custos mais eficiente do que o projetado.
O Itaú BBA manteve recomendação de venda e preço-alvo de R$ 5,50.
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Fonte: InfoMoney