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Covid-19: vacina de RNA da Fiocruz tem eficácia em testes com animais


Covid-19: vacina de RNA da Fiocruz tem eficácia em testes com animais

A vacina contra a covid-19 com tecnologia de RNA mensageiro, que está sendo desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentou excelente eficácia nos testes em animais.8 de maio de 2025 - 17:388 de maio de 2025 - 17:38

Os resultados foram semelhantes aos demonstrados pelas vacinas de mRNA já disponíveis no mercado, como as da Pfizer e da Moderna, segundo informou a coordenadora de Implantação do Hub Regional de Desenvolvimento e Produção de Produtos RNA, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos, Patrícia Neves. 


Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2025 –A coordenadora de Desenvolvimento e Produção de Produtos RNA de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Patrícia Neves, participa do 9º Simpósio Internacional de Imunobiológicos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 07/05/2025 –A coordenadora de Desenvolvimento e Produção de Produtos RNA de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Patrícia Neves, participa do 9º Simpósio Internacional de Imunobiológicos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Coordenadora de Desenvolvimento e Produção de Produtos RNA de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Patrícia Neves. Foto – Fernando Frazão/Agência Brasil

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Neste momento, o instituto está fazendo os testes laboratoriais de segurança, que devem ser concluídos em julho.

“Instalamos a primeira área de produção de boas pŕaticas de fabricação de produtos RNA da América Latina. É um grande avanço para o Brasil e motivo de orgulho pra nós. Já produzimos três lotes de controle e dois lotes de vacina, que estão sendo usados nos últimos estudos toxicológicos. Não tivemos nenhum evento adverso grave, nem mortalidade dos animais”, afirmou.

Para testar a segurança da vacina, animais estão sendo avaliados de forma “microscópica”, para garantir que as substâncias usadas na produção não causaram nenhuma toxicidade aos tecidos e órgãos. Quando todos os experimentos forem concluídos, o instituto vai solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para inciar os testes em humanos. 

Teste em humanos

A expectativa é que até o final do ano a agência conceda a autorização para o início da fase 1 dos testes em voluntários. Outras rodadas de testes em humanos devem ser realizadas até que o instituto possa pedir à Anvisa o registro do produto. 

Apesar de não haver previsão para o término do processo, os primeiros resultados são “bastante animadores”, de acordo com a coordenadora de Biomanguinhos. Testes indicam que, em poucos anos, o Brasil terá uma vacina de mRNA contra a covid-19 altamente eficaz, produzida em território nacional por uma instituição pública. Isso significa que ela poderá ser adquirida pelo Ministério da Saúde a um custo bastante inferior. 

O sucesso da vacina também vai comprovar a validade da plataforma de RNA mensageiro desenvolvida por Biomanguinhos, que utiliza uma nanopartícula lipídica para levar as informações genéticas do coronavírus até o interior das células do sistema imunológico. Essa molécula sintética “ensina” o sistema imunológico do organismo humano a produzir anticorpos para combater o vírus que causa a covid-19, caso a pessoa seja infectada por ele após a vacinação

Se a plataforma se mostrar efetiva, vai possibilitar que Biomanguinhos adapte a mesma molécula a agentes causadores de outras doenças, acelerando a produção de novas vacinas.

“A natureza do RNA e da nanopartícula que recobre esse RNA não muda. O que muda é a sequência genética que está dentro. Você pode trocar pela sequência do antígeno de outras doenças e o processo de desenvolvimento é muito mais rápido”, explica Patrícia

Mais quatro projetos de novos imunizantes já estão em andamento, mas ainda em fase inicial, para prevenir a leishmaniose, o vírus sincicial respiratório (VSR), a febre amarela e a tuberculose. Contra a leishmaniose ainda não há vacina, mas imunizantes de RNA para o VSR, a febre amarela e a tuberculose podem ser mais vantajosos do que as versões atualmente disponíveis, aumentando a proteção e possibilitando a aplicação em pessoas que hoje têm contra-indicação. 

Patrícia Neves destaca também a importância estratégica de um instituto público brasileiro dominar essa tecnologia. 

“É só a pontinha do iceberg porque o RNA tem emergido como uma molécula muito versátil e a gente tem vários tipos de RNA, que têm outros papéis no desenvolvimento das doenças, e a gente pode utilizar como alvo e como produto para terapias para tratar tumores e doenças genéticas raras, por exemplo, e outras doenças que hoje são de difícil tratamento.”

Fonte: Agência Brasil

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