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Consumo de vinho branco pode prevenir paradas cardíacas súbitas, diz estudo

Emergência médica crítica, a parada cardíaca súbita (PCS) é uma das principais causas de morte no mundo. Durante o evento, provocado por uma falha elétrica no órgão, o coração deixa de bater de forma inesperada e abrupta, interrompendo o fluxo de sangue para o cérebro e outros órgãos vitais.

Como a taxa de sobrevivência fora do hospital é inferior a 10%, a prevenção dessa manifestação aguda depende da identificação dos fatores de risco não clínicos e modificáveis associados, ou seja, características e comportamentos que, mesmo não ligados a doenças, influenciam o risco de PCS.

Agora, um estudo híbrido de associação ampla e causalidade genética conseguiu identificar 56 desses fatores de risco, utilizando dados de 502.094 participantes do grande banco de dados biomédico UK Biobank, acompanhados por uma média de 13,8 anos.

Segundo o artigo, publicado recentemente na revista Canadian Journal of Cardiology, melhorar os fatores não clínicos associados à PCS, ou seja, aqueles que não dependem de doenças instaladas, poderia prevenir até 63% dos casos desse tipo de evento.

Por não dependerem apenas de genética ou doenças já instaladas, e sim de condições que podem ser trabalhadas, o artigo traz novas informações e entendimentos inéditos sobre como o estilo de vida e os fatores ambientais podem contribuir para a prevenção da PCS. Incluindo uma informação interessante sobre como o vinho branco e o champanhe podem colaborar para evitar este problema.

Avaliando a proporção de casos de PCS que poderiam ser prevenidos


2 de junho de 2025 - 19:44
Resumo gráfico do estudo • Luo et al., Canadian Journal of Cardiology, 2025

Qualquer abordagem eficaz para reduzir a PCS passa antes pela investigação dos fatores de risco modificáveis. Para a primeira autora do artigo, Huihuan Luo, da Universidade Fudan de Xangai, na China, os estudos anteriores focaram em poucos fatores, guiados principalmente por hipóteses e teorias.

Mas no estudo atual, afirma a pesquisadora em saúde pública, em um comunicado, ela e seus colegas analisaram exposições ambientais e saúde com dados do UK Biobank, cruzando-as com uma randomização mendeliana (que usa variações genéticas hereditárias), para avaliar relações causais.

Para examinar quais fatores estão associados ao risco de parada cardíaca súbita, os autores investigaram exposições ambientais e comportamentais múltiplas, como dieta, sono, poluição, estresse, entre outros, ao mesmo tempo.

Eliminando o terço pior dos fatores de risco (abordagem conservadora), 40% dos casos de PCS poderiam ser prevenidos. Com eliminação dos dois terços piores (abordagem completa), a prevenção alcançaria 63%. Hábitos de vida mostraram maior impacto preventivo, com 13-18% dos casos evitáveis.

Destacando ser este o primeiro estudo a explorar a fundo as associações entre fatores de riscos modificáveis não clínicos com a PCS, o coautor Renjie Chen, também da Fudan, se disse surpreso “com a grande proporção (40% a 63%) de casos que poderiam ser prevenidos com a melhora de perfis desfavoráveis”.

Será que champanhe e vinho branco podem proteger o coração?


2 de junho de 2025 - 19:44
O estudo identificou nove fatores de risco que têm relação causal com a PCS • pressfoto/Freepik

O estudo identificou nove fatores de risco que provavelmente têm relação direta (causal) com o risco de parada cardíaca súbita. Isso indica que esses fatores não estão apenas associados, mas podem realmente aumentar ou reduzir o risco.

Entre os fatores adversos, ou seja, que elevam o risco de PCS, destacam-se sentimentos de desânimo, maior índice de massa corporal, maior massa e percentual de gordura no braço, pressão arterial sistólica elevada e menor nível educacional.

Já entre os fatores protetores, que ajudam a prevenir a PCS, dois itens inesperados chamam a atenção: maior consumo de champanhe/vinho branco e maior ingestão de frutas, juntamente com manutenção de humor positivo, controle de peso, controle da pressão arterial e melhor educação.

Para o cardiologista brasileiro Marcelo Bergamo, que não participou do estudo, “o possível efeito protetor do champanhe e do vinho branco pode estar relacionado à presença de compostos antioxidantes, como os polifenóis, que ajudam na saúde dos vasos sanguíneos”, explica em um release.

Contudo, ele alerta que o álcool não deve ser encarado como tratamento preventivo. “A melhor forma de proteger o coração ainda é a combinação de boa alimentação, controle de doenças como hipertensão e diabetes, atividade física regular e acompanhamento médico”, conclui o especialista.

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Fonte: CNN Brasil

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