O vice-presidente sênior de estratégia do Mercado Livre, Leandro Cuccioli, afirmou que a empresa mantém o compromisso de seguir investindo no Brasil, apesar de ponderar que não é possível afirmar se haverá crescimento nos aportes.
Em entrevista ao Capital Insights, programa do CNN Money em parceria com a Broadcast, ele disse que “o crescimento dos investimentos muda. O compromisso, não”.
Para 2025, o número anunciado foi de R$ 34 bilhões, com alta de 47,8% sobre o ano anterior.
Cuccioli pontuou que a empresa acompanha os indicadores macroeconômicos, mas que as decisões de investimento da companhia não têm prejuízos de tão longo prazo quando os cenários mudam.
“Não é como um alto forno de uma siderúrgica”, comparou.
O executivo explicou que a área com mais influência dos indicadores macroeconômicos é a de concessão de crédito. E que a companhia acompanha com atenção os números gerais de inadimplência, mas tem a vantagem de ter acesso a dados ricos do comportamento de compra dos clientes, o que ajuda a ter perdas controladas.
A inadimplência de 15 a 90 dias do Mercado Pago, braço financeiro da empresa, variou de 9,3% no primeiro trimestre do ano anterior para 8,2% no início de 2025. Frente ao fim do ano passado, porém, o indicador piorou, visto que havia batido a marca de 7,4%, o que reflete questões sazonais.
Qualidade dos investimentos
Questionado sobre a diversidade do que o Mercado Livre considera como investimentos, Cuccioli avaliou que as divisões entre gastos/custos e Capex são questões contábeis. “Os R$ 34 bilhões são recursos que virão para o país”, diz.
Para Cuccioli, o frete grátis e o cartão de crédito também são, ainda, frentes de investimentos da companhia.
Na meta de atrair mais pessoas para o consumo digital, a empresa projeta que seguir reinvestindo os ganhos de eficiência de logística traz um público maior para a plataforma, o que no longo prazo resulta em ganhos para o negócio.
Já o cartão de crédito é visto como um caminho para os consumidores passarem a usar a conta do Mercado Livre como a principal em suas transações.
“Negócios do Mercado Livre separados não têm o mesmo valor que o todo”, explicou Cuccioli ao dizer que outras frentes, como o negócio de publicidade e outros serviços de crédito, são rentáveis.
Galpões logísticos
Cuccioli afirmou ainda que o mercado tem, como sempre, falta de galpões logísticos. Ele disse que a companhia traça com antecedência seu plano de ocupação desses espaços, mas que não pode antecipar informações, como novas regiões à vista por questões estratégicas.
“Temos sítios mapeados e novas frentes pensadas”, comentou. No entanto, ponderou: o “jogo da logística” deve mudar em cinco a dez anos, com novas tecnologias e estratégias.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Compromisso de investir no Brasil é o mesmo, diz VP do Mercado Livre no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil