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Como um remédio sabe onde está a dor? Entenda

Se você está sentindo alguma dor, como na cabeça ou no dente, é comum tomar remédio para aliviar o sintoma. Mas já parou para pensar como o medicamento atua em uma parte específica do corpo se, na maioria das vezes, ele é ingerido e vai para o estômago?

Essa é uma dúvida comum e que, vira e mexe, volta a surgir nas redes sociais. Para respondê-la, é preciso entender, primeiro, como um medicamento funciona.

“Quando um remédio é desenvolvido, é preciso ter o conhecimento da fisiopatologia da doença”, afirma Moacyr Luiz Aizenstein, professor do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), à CNN. Em outras palavras, é preciso compreender as alterações funcionais que uma doença causa no corpo.

No caso da dor, algumas substâncias estão envolvidas na sensibilidade ou no desencadeamento do sintoma, de acordo com o professor. Os analgésicos, por exemplo, são desenvolvidos para atuar sobre essas substâncias, seja um receptor, um neurotransmissor ou um hormônio. Em resumo: o medicamento é criado para atuar especificamente na substância que desencadeia a dor.

Outro ponto importante a ser compreendido é o caminho que o remédio faz dentro do corpo. Quando ingerido via oral, o medicamento é quebrado em moléculas menores no estômago e no intestino para ser absorvido. Em seguida, ele passa por um processo de metabolização no fígado.

Por fim, o medicamento vai para a corrente sanguínea [se o medicamento for introduzido via endovenosa, ele vai diretamente para o sangue, sem passar pelos processos anteriores] e é distribuído para todo o corpo e, em especial, ao local relacionado à dor — atingindo, inclusive, os receptores e as substâncias liberadas no organismo que causam o sintoma. É dessa forma que o remédio “sabe” onde atuar, aliviando o incômodo.

Terapia-alvo e o avanço da medicina em medicamentos que atuam especificamente na origem da doença

No entanto, na maioria das vezes, os medicamentos podem atuar em outras partes do corpo além do local onde a dor está localizada, afetando essas regiões. São os famosos “efeitos colaterais”, como náuseas, vômitos, tonturas, dor de estômago, inchaço, entre outros.

“Não é possível evitar que o medicamento tenha esse efeito geral. Não é o que desejamos, mas ocorre também junto com o efeito terapêutico”, afirma Aizenstein.

Um avanço considerado recente na medicina é o desenvolvimento de fármacos que atuam específica e unicamente em um único receptor. São as chamadas “terapias-alvo“, comuns no tratamento do câncer.

Geralmente, os tumores secretam uma determinada substância, segundo Aizenstein, ou são causados por mutações em genes específicos. “A partir disso, o medicamento é desenvolvido para procurar essas substâncias [ou mutações] e atuar sobre elas”, explica o professor.

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Fonte: CNN Brasil

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