Uma descoberta no fundo do oceano, próxima à costa da África Ocidental, está ajudando a reconstituir a história da formação do Oceano Atlântico.
Cientistas da Universidade Heriot-Watt, na Escócia, identificaram enormes ondas de sedimentos — compostas por lama e areia — a cerca de 1 km abaixo do fundo do mar atual, formadas há mais de 100 milhões de anos.
O estudo foi publicado na revista Global and Planetary Change.
Essas estruturas, localizadas a oeste do Planalto da Guiné, foram criadas durante a chamada Passagem Equatorial do Atlântico — o canal que surgiu quando os continentes da América do Sul e da África se separaram, abrindo caminho para o Atlântico moderno.
De acordo com o geólogo Uisdean Nicholson, que liderou o estudo, elas se assemelham a ondas gigantes de lama moldadas por correntes intensas em um cenário submarino dinâmico, comparável a uma imensa cachoeira oceânica.
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Origem do Atlântico pode ser mais antiga do que se pensava
- O fenômeno ocorreu quando águas muito salgadas do sul encontraram águas doces do norte, criando um fluxo turbulento que arrastou toneladas de sedimentos.
- Essa movimentação não só marcou um evento geológico de proporções colossais, como também fornece pistas importantes sobre o início da separação continental.
- A análise dos sedimentos indica que a abertura do Atlântico começou cerca de 117 milhões de anos atrás, antes do que se acreditava.
- A passagem só se tornou larga o suficiente para permitir trocas de água contínuas por volta de 113 milhões de anos atrás, durante a Era Mesozoica — época em que dinossauros, pterossauros e répteis marinhos dominavam a Terra.
Descobertas também impactam nosso futuro
Além de lançar luz sobre o passado, o estudo também tem implicações para o futuro. Ele mostra como alterações na circulação oceânica podem influenciar o clima global.
Na época da formação do Atlântico, o planeta passou de um período de resfriamento para um aquecimento rápido — provavelmente causado pela liberação de carbono antes retido em bacias fechadas.
Com o atual aquecimento global e o derretimento das calotas polares, entender esses mecanismos antigos pode ajudar a prever o impacto das mudanças climáticas de hoje.

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Fonte: Olhar Digital