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Como o filho de Trump fatura milhões com a volta do pai à Casa Branca

 

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos reacendeu não só disputas políticas — mas também oportunidades de negócios para os mais próximos do poder. E ninguém parece tirar mais proveito disso do que seu próprio filho.

Em novembro do ano passado, poucos dias após a vitória do pai, Donald Trump Jr. entrou como sócio da 1789 Capital, uma gestora de investimentos quase desconhecida, com sede em Palm Beach, a poucos quilômetros de Mar-a-Lago.

Na época, o fundo tinha menos de 200 milhões de dólares sob gestão. Hoje, o cenário mudou.

O nome de Trump Jr. passou a abrir portas.

Desde então, a 1789 conseguiu participação em aportes disputados — como a da SpaceX, empresa de Elon Musk, e da startup de inteligência artificial xAI, também de Musk. São ativos considerados “acesso VIP”, reservados a poucos convidados, segundo o portal americano Business Insider.

A guinada da 1789 Capital não passou despercebida em Washington.

O fundo já soma investimentos em empresas que conseguiram contratos bilionários com o governo americano. Uma delas é a Anduril, fornecedora de tecnologias militares, que acaba de ganhar um contrato de 22 bilhões de dólares. Outras como Firehawk Aerospace e Aeon Industrial, também ligadas ao setor de defesa, estão no radar — e no portfólio — da 1789.

Pode haver conflito de interesse?

Apesar de não haver indícios claros de ilegalidade, especialistas em ética pública alertam para o conflito de interesses.

“Se o filho do presidente está lucrando com esses acordos, mesmo que com alguns graus de separação, é justo com os demais?”, questiona Scott Amey, do Project on Government Oversight.

No centro do modelo de negócios da 1789 está a criação de uma “economia paralela”, com foco em empresas “anti-woke” e alinhadas à visão do Make America Great Again. Mas a retórica ideológica não impede o pragmatismo financeiro. Segundo a Bloomberg, a gestora já captou 500 milhões de dólares desde a posse de Trump e pretende levantar mais 1 bilhão ainda este ano — com meta futura de 5 bilhões de dólares.

Outro projeto liderado por Trump Jr. é o Executive Branch, um clube exclusivo em Georgetown que cobra mais de meio milhão de dólares pela associação.

A promessa: aproximar empresários e investidores de figuras-chave da administração Trump.

O próprio Don Jr. já admitiu, em entrevista à Axios, que se beneficia do sobrenome.

“Seria tolice negar isso. Mas nunca ganhei com o cargo do meu pai financiado por impostos”, afirmou.

 

Fonte: Exame

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