O setor público consolidado registrou um superávit primário (ou seja, a diferença entre receitas e despesas sem considerar o pagamento dos juros da dívida) de R$ 3,6 bilhões em março deste ano, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira, 30.
Os dados do setor público consolidado levam em conta os resultados fiscais de União, estados, municípios e empresas estatais (exceto setor financeiro e Petrobras). E foram influenciados por uma menor liberação de recursos pelo governo devido ao atraso na aprovação do Orçamento para 2025.
O resultado refletiu os déficits de R$ 2,3 bilhões do governo federal, e R$ 566 milhões das estatais, enquanto os estados e municípios contribuíram com um superávit de R$ 6,5 bilhões.
No acumulado de 12 meses, houve déficit primário de R$ 13,5 bilhões, o que representa 0,11% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar do aumento da arrecadação, da inflação e da atividade econômica.
Ao se considerar o critério nominal, que engloba as despesas com juros da dívida pública, o déficit foi de R$ 71,6 bilhões em março.
Dívida Bruta
O BC também divulgou o número da dívida bruta do Brasil em março, que chegou a R$ 9,1 trilhões, o que equivale a 75,9% do PIB, uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.
O cálculo leva em conta o governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais. Este é um dos principais indicadores econômicos observados pelos investidores na avaliação da saúde das contas públicas.
Segundo o BC, a variação mensal da dívida bruta foi puxada pela variação do PIB nominal ( redução 0,6 ponto percentual), do resgate líquido de dívida (redução 0,3 ponto percentual.), do efeito da valorização cambial (redução de 0,1 ponto percentual.), e dos juros nominais apropriados (alta de 0,8 ponto percentual).
Dívida Líquida
Enquanto isso, a dívida líquida, que desconsidera os ativos do governo, reduziu a 61,6% do PIB em março, um crescimento de 0,1 ponto percentual em comparação com o mês anterior.
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