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“O evento é absolutamente extraordinário, é o clima, ele está mudando e isso se chama mudança climática”, disse o governador Axel Kicillof à Crónica TV, se referindo a fortes chuvas que atingiram a província de Buenos Aires e duraram até a madrugada deste domingo (18).
Pelo menos 3 mil pessoas permanecem evacuadas e três desaparecidos são procurados em mais um evento climático extremo na Argentina e que foi considerado “cinco vezes maior do que o normal” para maio, segundo metereologistas.
As tempestades afetaram o norte da província, a capital Buenos Aires e sua área metropolitana — onde vivem aproximadamente 15 milhões de habitantes — e provocaram inundações em áreas que historicamente não enfrentavam o problema.
Na noite de sexta-feira (16), o Serviço Meteorológico Nacional emitiu um alerta vermelho para a região e registrou chuvas entre 150 e 250 mm entre as cidades de Zárate e Arrecifes. Neste fim de semana, a água aumentou e atualmente há 2.938 evacuados em 21 municípios, informou o governo provincial.
“As forças de segurança estão procurando três pessoas: um casal que andava a cavalo na cidade de Rojas e um homem de 78 anos que estava viajando pela Rota 41”, disse o comunicado.
O número de evacuados já diminuiu significativamente desde a noite de ontem, e as autoridades relatam que “a água está recuando em todos os setores e as pessoas estão começando a voltar para suas casas”.
Eventos extremos ligam alerta
Este é o segundo evento climático extremo a atingir a província de Buenos Aires em pouco mais de dois meses. Em 7 de março, Bahía Blanca, no Sul, sofreu com enchentes catastróficas que deixaram pelo menos 16 mortos e duas crianças desaparecidas.
A cidade de 350.000 habitantes foi atingida por uma chuva que duplicou a média anual histórica e deixou danos de mais de 400 milhões de dólares (2,2 bilhões de reais), segundo o governo local. Mais de mil pessoas tiveram que deixar suas casas, pontes foram arrancadas, estradas bloqueadas, carros empilhados e lama por toda parte.
Um recente estudo realizado pelo World Weather Attribution, organização internacional que analisa como a mudança climática influencia fenômenos metereológicos, confirmou que a relação entre os dois eventos.
Segundo os cientistas, “o episódio de calor extremo que antecedeu as chuvas teria sido praticamente impossível em outras circunstâncias”, embora a influência direta do aquecimento global sobre o volume de precipitação seja “menos clara”.
Juan Rivera, pesquisador do Instituto Argentino de Nivologia, Glaciologia e Ciências Ambientais, explicou que “a mudança do clima favorece essa prevalência do ar quente e úmido, que com o avanço da frente fria gera enchentes de maior magnitude”.
Há um ano atrás, o Rio Grande do Sul também enfrentava enchentes históricas que se tornaram uma das maiores tragédias do clima no Brasil.
Resposta emergencial continua
Em resposta à situação atual, tanto o governo nacional quanto o provincial mobilizaram operações de emergência em Buenos Aires, enviando brigadistas, equipes técnicas e veículos de resgate para as áreas mais afetadas. Os evacuados estão recebendo suprimentos essenciais como colchões, cobertores, roupas secas, água e alimentos.
As autoridades seguem monitorando o recuo das águas, enquanto comunidades inteiras começam o processo de limpeza e retorno às suas residências, em um cenário que a ciência alerta se tornar cada vez mais frequente diante do agravamento da crise climática.
Fonte: Exame