A segunda missão de exploração do espaço profundo da China, chamada Tianwen-2, vai decolar do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, no sudoeste do país, na próxima semana. O objetivo é visitar dois corpos celestes: um asteroide próximo da Terra e um cometa do chamado cinturão principal, uma região entre Marte e Júpiter cheia de pequenos objetos rochosos.
De acordo com um comunicado, o lançamento está agendado para quarta-feira (28), às 13h (pelo horário de Brasília), com janelas alternativas programadas para quinta (29) e sexta (30).
O primeiro destino espaçonave da Tianwen-2 será o asteroide 469219 Kamoʻoalewa, que gira próximo da órbita da Terra. A missão tentará pousar, coletar amostras e trazer esse material de volta ao nosso planeta até o final de 2027. Depois disso, a sonda vai usar a força gravitacional da Terra como impulso para seguir viagem até o cometa 311P/PANSTARRS, numa jornada que deve durar cerca de seis anos.

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Asteroide a ser examinado pela China pode ser pedaço da Lua
Kamoʻoalewa é um pequeno asteroide, com diâmetro entre 40 e 100 metros, e pode ser um pedaço da Lua lançado ao espaço após um impacto antigo. Os cientistas esperam que o estudo de suas amostras ajude a entender melhor a formação desses corpos celestes e, quem sabe, até oferecer pistas sobre a origem da vida na Terra. Também pode ajudar no desenvolvimento de estratégias de defesa contra possíveis ameaças espaciais.
Para coletar o material, a sonda vai testar três métodos diferentes. Um deles é parecido com o que já foi usado por missões dos EUA e do Japão: um toque rápido na superfície, com um braço robótico que aspira poeira e pedras. Também há a possibilidade de usar garras que perfuram o solo, caso a superfície permita. A escolha vai depender das condições encontradas no asteroide.

Embora a China não tenha divulgado todos os detalhes, a expectativa é que a espaçonave colete entre 200 e mil gramas de material. A nave deve ter painéis solares e sensores sofisticados, incluindo câmeras, radares, espectrômetros (para analisar a composição dos materiais) e detectores de poeira e partículas. O módulo que trará as amostras para a Terra enfrentará um grande desafio ao reentrar na atmosfera, com velocidade altíssima.
Depois de deixar as amostras na Terra, a Tianwen-2 seguirá para o cometa 311P/PANSTARRS, que está numa região considerada ideal para estudar objetos que ficam entre o perfil de asteroides e cometas. O estudo desse cometa pode ajudar a entender melhor como esses corpos se comportam e como evoluem ao longo do tempo.
Essa missão faz parte do programa chinês Tianwen, que em português significa “Perguntas ao Céu”. A primeira missão da série foi para Marte, levando um orbitador e um robô que explora a superfície. A China já planeja a Tianwen-3, que vai tentar trazer amostras do solo marciano em 2028, e a Tianwen-4, prevista para 2030, com destino às luas de Júpiter – com um sobrevoo de Urano incluso.
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Fonte: Olhar Digital