Tem muita coisa que o ChatGPT sabe fazer bem, mas também existem algumas tarefas que o chatbot ainda não é capaz de executar. Uma delas é jogar uma versão de xadrez lançada para o Atari 2600 no fim da década de 1970.
Quem conta a história é o engenheiro de software Robert Caruso, que narrou em um post no LinkedIn uma tentativa de fazer o ChatGPT jogar Video Chess, lançado em 1979 para um dos precursores dos consoles modernos.
Xadrez é um jogo cujas regras atuais surgiram por volta do século XV e que muitos humanos dedicam a vida a dominar. E, para quem acha que a inteligência artificial pode ter alguma vantagem, o experimento de Caruso mostra que o ChatGPT ao menos ainda está muito longe de conseguir jogar xadrez como faz um humano.
Não é que o ChatGPT foi simplesmente derrotado pelo jogo da década de 1970: Caruso afirma que a IA teve dificuldade em seguir os aspectos básicos da partida, confundindo algumas peças, ignorando outras, e não conseguindo avançar no jogo.
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Após 90 minutos impedindo a IA de tomar decisões equivocadas, Caruso diz ter desistido e determinado a vitória do Video Chess em cima do ChatGPT.
Video Chess: jogo é dos primórdios dos games
Lançado em 1979, Video Chess não é exatamente um jogo elaborado, tendo sido lançado na primeira década da indústria dos videogames, em uma época em que a computação pessoal ainda engatinhava, e muito do que consideramos trivial em PCs hoje em dia ainda exigia muito esforço para ser atingido.
Um exemplo é fazer um computador jogar xadrez: na década de 1970, essa tarefa ainda era considerada complexa para máquinas. Muitas das versões digitais de xadrez da época tinham um “jogo perfeito”, ou seja, uma sequência de ações que a máquina era incapaz de vencer, permitindo conseguir a vitória em todas as partidas mexendo as mesmas peças para as mesmas posições do tabuleiro.
Ou seja, Video Chess não é exatamente um campeão mundial de xadrez, o que torna o desempenho do ChatGPT no experimento ainda mais vergonhoso.
IAs podem jogar xadrez — mas o ChatGPT não
Não é como se nenhuma inteligência artificial fosse capaz de jogar xadrez: IAs vencem campeões mundiais de xadrez há décadas, e hoje em dia muitos desses jogadores profissionais usam IAs para ajudar nos treinamentos.
Entretanto, esses sistemas são pensados desde o início para entender o jogo de xadrez, algo que um modelo de linguagem como o ChatGPT não é. E é por isso que o chatbot enfrentou tantas dificuldades contra um computador especializado — por mais básico que seja Video Chess em comparação com o que veio nas décadas seguintes.
No fim das contas, o experimento é mais um exemplo de como ainda estamos distantes de uma “superinteligência artificial” com capacidades ilimitadas. O que temos atualmente funciona extremamente bem para o que é pensado para fazer — mas ainda falta ir além do básico.
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Fonte: Olhar Digital
