Após mais de duas décadas na antiga sede no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, a empresa antes conhecida como CCR aposta em novos movimentos este ano. A mudança não é apenas geográfica. Com novo endereço em São Paulo próximo ao trem, nova marca e uma abordagem mais ampla de mobilidade, a CCR passa a se chamar Motiva e assina sua nova fase.
“Essa mudança marca um novo momento da nossa companhia. Um compromisso com o futuro e com o legado que queremos construir”, afirma Raquel Cardoso da Silva, vice-presidente de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Motiva.
Com Miguel Setas como CEO da Motiva, a companhia fechou 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 1,78 bilhão – um aumento de 26% em relação a 2023. No último ano a companhia também investiu R$ 7,44 bilhões no setor de infraestrutura de mobilidade no Brasil.
De CCR a Motiva: por que mudar o nome?
Com forte atuação no setor de rodovias, o nome CCR — Companhia de Concessões Rodoviárias — gerava dúvidas sobre a abrangência do grupo. A mudança para Motiva foi uma forma de ressignificar o negócio e ampliar a percepção do público sobre as áreas de atuação da companhia, que hoje opera rodovias, trilhos e aeroportos.
“O nome Motiva vem de ‘motivus’ que significa algo que gera movimento. Traduzimos isso também visualmente com curvas e ondas que remetem ao fluxo constante da mobilidade”, diz Silva.
A mudança foi estudada ao longo de 2023 e implementada junto à nova sede, com uma comunicação que reforça a marca como sinônimo de transformação, fluidez e conexão.
Novo espaço, nova cultura
O novo escritório da Motiva ficará a partir desta sexta-feira, 24, ao lado do trem da linha 9-Esmeralda (linha que pertence ao grupo) e tem 118 estações de trabalho — 28% a mais que o anterior — e 14 salas de reunião pra o coletivo e 4 salas de reunião para a diretoria. O layout privilegia ambientes abertos, claros e colaborativos – além de muitas salas para reunião ou individuais para atividades que exigem foco. A arquitetura foi pensada para traduzir os valores da nova cultura organizacional, batizada internamente como os “3 is”: integridade, integração e impacto.
“Nossos valores estão refletidos nos espaços de convivência, nas salas focadas na confidencialidade, no work café com barista e nas áreas informais que promovem encontros e trocas entre os times. Tudo foi desenhado para facilitar a conexão e gerar valor para o negócio”, diz Silva.
Mais mobilidade e flexibilidade
Além de mais amplitude, a escolha do novo endereço levou em conta mobilidade urbana e bem-estar dos funcionários. Próxima a estações de metrô, ciclofaixas e vias de acesso às outras sedes operacionais da Motiva, a localização permite o uso de diferentes modais.
“Também fizemos uma análise de CEPs e conseguimos reduzir o tempo médio de deslocamento dos funcionários”, conta a executiva.
Outro diferencial é a política de modelo híbrido, mantida mesmo com a nova estrutura: são três dias presenciais e dois de home office. Os postos de trabalho são flexíveis, e a gestão é feita via aplicativo com reserva de assentos e check-in.
Pessoas no centro, saúde mental em foco
A nova sede é também um símbolo da transformação cultural e de RH que a companhia vem promovendo. Entre os pilares estão o desenvolvimento interno de talentos, o reconhecimento dos profissionais e o reforço da cultura organizacional.
“Estamos olhando para dentro, valorizando quem já está com a gente, mas também abrindo espaço para atrair novos talentos com repertórios diversos. Queremos construir a Motiva do futuro com pessoas que abracem essa transformação”, afirma a VP de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional da Motiva.
Uma das ações que foca no capital humano é a formação de socorristas em saúde mental, lançada em 2024. Mais de 340 funcionários já foram capacitados para atuar como primeira linha de acolhimento psicológico dentro da empresa. A expectativa é formar 1,7 mil funcionários até o fim do ano, o equivalente a 10% da força de trabalho da Motiva.
“O tema da saúde mental nos levou a refletir sobre a importância de ampliar o diálogo e fortalecer redes de apoio em todas as áreas onde atuamos”, diz Silva. “Não substituímos os profissionais de saúde, mas formamos pessoas preparadas para ouvir com empatia, oferecer acolhimento inicial e orientar os colegas aos nossos programas de suporte.”
Sobre a antiga ‘CCR’, agora ‘Motiva’
A Motiva, anteriormente conhecida como Grupo CCR, é uma das maiores empresas de infraestrutura de mobilidade do Brasil. Fundada em 23 de janeiro de 1999, a companhia atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos.
Atualmente, possui 17 mil funcionários e está presente em 230 cidades de 13 estados brasileiros, além de operar em três países da América Latina. O modal de rodovias representa 67% do faturamento, seguido por 23% mobilidade (metrô e trens) e 10% aeroportos.
Os principais concorrentes da Motiva no Brasil incluem EcoRodovias, Arteris, Invepar, Grupo EPR (Equipav e Perfin), Via Appia Concessões (Starboard) e Odebrecht TransPort.
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