Após a finalização da terceira e última audiência de instrução sobre o caso do comerciante Igor Peretto, de 27 anos, morto a facadas pelo próprio cunhado, em agosto do ano passado no litoral paulista, a Justiça de São Paulo deve definir o futuro dos réus nas próximas semanas.
Segundo o Tribunal de Justiça (TJSP), na audiência, que aconteceu na última segunda-feira (16), testemunhas foram ouvidas e os réus foram interrogados.
O comerciante foi morto após descobrir que a esposa, Rafaela Costa da Silva, mantinha um caso com o marido de sua irmã, Mario Vitorino da Silva Neto. O crime aconteceu dentro do apartamento da irmã de Igor, Marcelly Peretto. Veja tudo o que sabemos sobre o caso.
Em nota, o TJSP afirmou que concedeu um prazo de dois dias para que as defesas se manifestassem. Após essa fase, as partes devem apresentar à Justiça as alegações finais, por escrito. Posteriormente, com a finalização dessas etapas, será decidido se os réus (Mario Vitorino, Marcelly Peretto e Rafaela Costa) devem ir ou não a júri popular.
A Justiça ainda ressaltou que, caso o trio seja levado a júri, a defesa dos réus pode recorrer da sentença.
O que dizem as defesas dos réus
A defesa de Marcelly Peretto — irmã de Igor — afirmou que o processo ainda está em “fase de complementação de diligências”. Segundo o advogado, a previsão é de que a decisão saia em cerca de duas semanas.
Já o advogado de Mário Vitorino — cunhado da vítima — afirmou que verificou a existência de algumas diligências pendentes, entre elas o acesso aos autos sobre o “vazamento de dados” que aconteceu durante as investigações do caso.
“A defesa de Mário Vitorino pontua que após a colheita da prova oral judicial, absolutamente todos os pontos descritos na denúncia restaram completamente fragilizados. Isso porque a própria polícia, por meio do Delegado de Polícia e os investigadores ouvidos nas três audiências foram todos enfáticos no sentido de que não houve trisal (expressão nunca citada e sequer minimamente acenada nos autos), inexiste qualquer tipo de motivação econômica e tampouco premeditação”, afirmou o advogado, em nota.
A defesa de Rafaela Costa — esposa de Igor — também se manifestou e afirmou que apresentou à Justiça as respostas necessárias dentro do prazo estabelecido. “Aguardamos a soltura de nossa cliente, eis que as imputações constantes da denúncia foram absolutamente afastadas pelo conjunto probatório produzido, não autorizando submeter a Rafaela ao Júri Popular. Fatos que serão detalhados nas alegações finais defensivas”, concluiu o advogado.
Já o advogado que representa a família de Igor Peretto afirmou que a Justiça, na próxima semana, deve analisar as manifestações das defesas e abrir espaço para a continuidade do processo.
Triângulo amoroso
Igor Peretto foi esfaqueado e morto em agosto do ano passado em um apartamento em Praia Grande, no litoral paulista. Além de Rafaela, Marcelly Peretto e Mario Vitorino da Silva, irmã e cunhado de Igor, respectivamente, também são suspeitos do crime.
Segundo as investigações, os suspeitos estiveram juntos no apartamento de Marcelly antes de Igor ser encontrado no local. Conforme o inquérito civil do caso e a denúncia do Ministério Público, o crime foi planejado, uma vez que Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para o “triângulo amoroso”, ou seja, para o relacionamento que os três denunciados mantinham entre eles.
Rafaela, considerada a “pivô” do crime, teria se relacionado com a irmã de Igor antes do crime. Questionada, a defesa de Marcelly afirmou que a mulher relata que estava embriagada e foi beijada a força e acariciada por Rafaela.
Após o crime, os suspeitos fugiram e tentaram ocultar evidências, mas foram presos posteriormente.
Veja quem é quem no caso do suposto triângulo amoroso.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo
Fonte: CNN Brasil