As operações de busca pelo fotógrafo brasileiro Edson Vandeira, de 36 anos, e outros dois montanhistas peruanos, desaparecidos desde o dia 1º de junho após uma tentativa de escalada no Nevado Artesonraju, foram suspensas temporariamente devido às difíceis condições climáticas na região da Cordilheira Blanca, no Peru.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (11) pela Associação de Guias de Montanha do Peru (AGMP) em uma nota publicada nas redes sociais. A decisão de interromper as atividades por cerca de 20 dias tem como objetivo garantir a segurança das equipes de resgate. “Devido às condições climáticas adversas e instáveis na área, foi decidido interromper temporariamente as operações para garantir a segurança da equipe”, informou a AGMP.
“As atividades serão retomadas em aproximadamente 20 dias, quando as condições climáticas permitirem a continuidade das operações sob rígidos protocolos de segurança”, complementa.
Segundo a associação, os trabalhos de localização contaram com apoio da Força Aérea Peruana, da Polícia Nacional do Peru e da Unidade Especializada de Polícia de Alta Montanha (DEPSAM), que disponibilizaram um helicóptero para atuar na região durante a temporada de alta montanha.
A aeronave permanecerá na área para otimizar os esforços assim que as condições climáticas permitirem o reinício das operações.
Família pede ajuda ao Itamaraty
A família do fotógrafo divulgou uma carta aberta ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil pedindo urgência nas ações do governo brasileiro para ajudar a encontrar o Edson.
Na carta divulgada, familiares, amigos e colegas de montanhismo de Vandeira afirmam que mobilizaram todos os recursos disponíveis, com colaboração das entidades peruanas e voluntários no local. No entanto, a região onde Edson estava é de difícil acesso e de condições climáticas severas.
Devido a esses desafios, eles solicitam apoio logístico do Itamaraty, “incluindo um helicóptero especializado para varreduras aéreas em pontos críticos”. Além disso, pedem para que essa situação seja tratada como prioridade, pois cada minuto perdido reduz a chance de um desfecho positivo.
Também assinam a carta 18 entidades do montanhismo. Entre elas está a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME), a Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo (FEMESP),o presidente da Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEEMERJ) e a Federação Paranaense de Montanhismo (FEPAM).
Em nota à CNN, o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Lima, afirmou que acompanha com atenção o caso e está em contato com a família do brasileiro, a quem presta assistência consular, e com as autoridades locais.
“Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não divulga informações pessoais de cidadãos que requisitam serviços consulares e tampouco fornece detalhes sobre a assistência prestada a brasileiros”, completa a nota.
O desaparecimento
Vandeira e outros dois montanhistas, os peruanos Efraín Pretel Álonzo, da cidade de Huari, e Jesús Huerta Picón, de Caraz, iniciaram a escalada do Nevado Artesonraju.
O local é um pico de 6.025 metros na Cordilheira Blanca, dentro do Parque Nacional Huascarán. O retorno estava previsto para o dia 1 de junho, domingo, mas o trio não dá notícias desde a quinta-feira (29).
Diante da falta de notícias, uma equipe especializada de resgate, em coordenação com a Polícia de Alta Montanha, trabalha para encontrá-los. A barraca onde o grupo deveria ter se abrigado foi localizada, mas estava vazia.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo
Fonte: CNN Brasil