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Brasil e Itália traçam estratégias no combate à máfia e ao PCC

Como explicam os investigadores especializados em crime organizado, a prática se tornou transnacional e está se tornando cada vez mais híbrida e capaz de se adaptar e evoluir na mesma velocidade do desenvolvimento de tecnologias baseadas em inteligência artificial, criptomoedas e metaverso.

Por conta desse avanço, que escancara um novo desafio às autoridades mundiais, o Brasil e a Itália se reuniram na última semana no Rio de Janeiro para debater o tema e traçar estratégias no combate ao crime organizado, citando a máfia italiana.

Um estudo recente chamado “O desafio do crime organizado híbrido”, elaborado pelo diretor do Centro de Pesquisas em Cibercrimes da Fondazione Magna Grecia, Antonio Nicaso, foi um dos temas da 12ª edição da Semana Internacional da Fondazione Magna Grecia. E ele aborda como o crime se reinventou tecnologicamente.

“Esse é um problema com características ainda mais graves na Itália e no Brasil, que abrigam algumas das maiores organizações criminosas internacionais relacionadas ao tráfico de drogas e a fraudes financeiras. A Itália tem avançado muito no uso de tecnologias e sistemas para enfrentar essa nova realidade, e há muitas oportunidades de troca de experiências com as autoridades brasileiras”, disse Nicaso.

Um dos casos citados pelo estudo de Nicaso é uma investigação realizada em 2018 por policiais italianos que interceptaram conversas de um corretor associado à facção mafiosa ‘Ndrangheta’. Nos diálogos, o investigado manifestou pesar pela recusa de traficantes de drogas brasileiros em aceitar pagamentos em bitcoin.

Na semana passada, a CNN mostrou como a Polícia Federal brasileira descobriu uma parceria entre o PCC e a máfia italiana ‘Ndrangueta com envio de toneladas de cocaína à Europa.

Desde o ano passado, os governos do Brasil e da Itália vêm intensificando os diálogos para colocar em prática um acordo de cooperação para combater o tráfico internacional de drogas. O Ministério da Justiça chegou a assinar um acordo na Itália.

Uma das autoridades italianas à frente dos entendimentos entre os dois países é Michele Carbone, chefe da Direção Investigativa Antimáfia (DIA), que participou dos debates.

Recentemente, o chefe da Interpol foi um dos entrevistados do CNN Entrevistas e comentou a reinvenção do crime organizado no mundo. Segundo Valdecy Urquiza, há 20 ou 30 anos, a maioria dos delitos era local, com organizações criminosas atuando em regiões específicas. No entanto, com o advento dos serviços baseados na internet, esse cenário mudou drasticamente.

“Para que você tenha sucesso em uma investigação de um delito hoje de crime organizado, você precisa contar obrigatoriamente com a colaboração de outros países na obtenção de informação”, afirmou Urquiza.

“Os dados mostram que a tecnologia permitiu um avanço rápido e muito sofisticado das atividades criminosas. O evento é uma grande oportunidade para que se possa avançar no debate sobre a urgência de uma ação coordenada entre o Brasil e a Itália por meio de soluções técnicas e qualificação dos profissionais envolvidos”, declarou Nicaso.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Brasil e Itália traçam estratégias no combate à máfia e ao PCC no site CNN Brasil.

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