Após o Bank of America e o BB-BI elevarem a recomendação de compra para o Bradesco (BBDC4), foi a vez do Itaú BBA fazer o mesmo, ajustando a recomendação das ações de ‘neutra’ para ‘compra’, com preço-alvo de R$ 20 — o que representa um potencial de valorização de 23% em relação ao fechamento da última segunda-feira (2), de R$ 16,24.
Segundo o banco, as estimativas anteriores foram significativamente revisadas para cima, refletindo a melhora nos resultados do Bradesco tanto no segmento bancário quanto na área de seguros.
Na área de crédito, o BBA avalia que o Bradesco tem sido diligente em aspectos como precificação, captação e gestão de risco. Além disso, as despesas operacionais estão sob controle, com ganhos de eficiência que devem se acelerar em 2025. Esses fatores devem ajudar o banco a enfrentar uma esperada, mas gradual, deterioração do crédito.
O relatório também projeta melhora no retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) bancário, que deve sair de níveis abaixo de 10%, enquanto o segmento de seguros pode atingir cerca de 25% de retorno sobre o patrimônio. O BBA projeta um ROE consolidado entre 15% e 16% no segundo semestre de 2025 e em 2026, frente aos 12% estimados para 2024.
Apesar de não ter capturado o rali inicial após os resultados, o BBA ainda enxerga crescimento atrativo, com uma taxa anual de crescimento composta (CAGR) de lucro por ação de 20% entre 2024 e 2026, além de um valuation considerado atraente: o papel é negociado a 0,9x Preço/Valor Patrimonial e 6,1 vezes Preço/Lucro estimado para 2026.
Seguros
O relatório aponta que os lucros com seguros somaram cerca de R$ 9,1 bilhões em 2024, pouco abaixo dos R$ 10,5 bilhões obtidos com as operações bancárias. O segmento de Vida & Previdência respondeu por R$ 5,1 bilhões, mas o destaque recente veio da área de saúde, que praticamente dobrou seus lucros para R$ 1,6 bilhão, impulsionada por ganhos operacionais com menor sinistralidade — tendência que deve se sustentar.
O Itaú BBA está acima do guidance da próprio banco para os resultados de seguros, projetando lucro de R$ 10,3 bilhões no segmento, com ROE próximo de 25%. Para 2026, a expectativa é de lucro maior, mas com crescimento mais moderado devido à queda dos juros, ainda que os ganhos operacionais devam se manter. O banco ressalta que os lucros do segmento de seguros estão agora impulsionando a recuperação das operações bancárias, e não apenas compensando eventuais fraquezas.
Resultados bancários
O BBA também revisou para cima suas projeções para os lucros do segmento bancário. A margem financeira líquida (NII) foi ajustada em 6% para cima em relação às estimativas anteriores, apontando agora para um crescimento de 12% na comparação anual. Mesmo com maior participação de linhas com garantia, a combinação de precificação mais assertiva e captação eficiente tem impulsionado as margens financeiras (NIMs), o que não havia sido previsto inicialmente.
Na avaliação do BBA, a deterioração da qualidade do crédito tem sido mais branda que o esperado, com o Bradesco adotando postura mais seletiva. Além disso, fatores macroeconômicos têm contribuído, com revisão positiva para o PIB e um mercado de trabalho forte, que ajuda a aliviar a pressão dos juros altos.
Estimativas em alta
O Itaú BBA revisou para cima suas estimativas anteriores para os anos fiscais de 2025 e 2026 em 15% e 6%, passando a projetar R$ 24,7 bilhões e R$ 27,7 bilhões de lucro líquido, respectivamente, com um ROE de 15% e 15,5%. Segundo o banco, esses números estão ligeiramente acima do consenso de mercado.
Na visão do BBA, o caminho de curto prazo, partindo dos 12% estimados para 2024 até um ROE de longo prazo entre 16% e 17%, será mais rápido do que o esperado.
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Fonte: InfoMoney