Com bots representando cerca de 50% de todo o tráfego da internet — proporção que pode chegar a 90% até 2030 — a identidade digital se tornou um problema urgente para empresas de todos os setores. A startup americana Persona, avaliada em US$ 2 bilhões, quer resolver isso.
Fundada em 2018, a Persona desenvolve soluções de verificação de identidade para empresas como OpenAI, LinkedIn, Reddit, DoorDash e Robinhood. A tecnologia combina autenticação de documentos, reconhecimento facial, vídeos de movimentação e leitura de chips NFC em passaportes, além de análise de comportamento e rede.
A proposta da empresa de São Francisco é oferecer fluxos personalizados de verificação conforme o risco e o objetivo do usuário. Alguém que pede uma entrega de bebida alcoólica será analisado de forma diferente de quem está acessando um curso universitário online, por exemplo.
A Persona atende mais de 575 empresas em mais de 200 países e territórios. Em 2024, a receita foi de US$ 141,2 milhões, com crescimento anual de 43%. Ela disputa espaço com plataformas como Jumio, Onfido e a Worldcoin, de Sam Altman.
Distinguir humanos de bots
A ascensão dos agentes de IA — programas autônomos que navegam na internet para realizar tarefas como comprar, preencher cadastros e agendar compromissos — ampliou os limites das ferramentas antirrobôs.
Entre bots bons e ruins, o prejuízo estimado por fraudes com IA vai de US$ 18 bilhões a US$ 31 bilhões ao ano nos EUA, segundo a Imperva.
“Talvez a pergunta ‘isso é um bot ou não’ não faça mais sentido”, afirmou Rick Song, CEO da Persona, ao site americano Forbes. “O foco deve ser quem está por trás do sistema de IA e qual sua intenção”.
Song acredita que a verificação online vai evoluir para perfis de identidade que podem ser reutilizados entre plataformas. Esses “passaportes digitais” registrariam atividades como navegação, compras e autenticações anteriores, criando uma reputação confiável e à prova de fraudes.
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