O Ibovespa iniciou a semana com força e rompeu, nesta segunda-feira (19), a importante barreira técnica dos 140.000 pontos, ao renovar sua máxima histórica em 140.203 pontos e encerrar o pregão com alta de 0,32%, aos 139.636 pontos.
A alta do índice pode estar ligada à entrada de capital estrangeiro. Em um cenário global de busca por retornos mais atrativos, a Bolsa brasileira se destaca pelos múltiplos ainda descontados em diversos papéis, o que indica que várias empresas estão sendo negociadas abaixo de seu valor justo.
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No entanto, apesar do avanço, o mercado começa a mostrar sinais de cansaço no curto prazo. Especialistas apontam que, embora o viés de alta ainda predomine, há indícios de perda de fôlego que pode abrir espaço para uma realização de lucros nos próximos pregões.
Sobrecompra
O Ibovespa renovou sua máxima histórica nesta semana ao fechar acima dos 139.500 pontos, reforçando o cenário técnico positivo. Segundo Gilberto Coelho, analista técnico da XP Investimentos, o movimento segue sustentado por uma tendência de alta bem definida.
“O IBOV está em tendência de alta pelas médias de 21 e 200 dias e chegou a renovar sua máxima histórica, fechando acima dos 139.500 pontos, favorecendo o teste das projeções nos 143.500 ou 150.000 pontos por Fibonacci”, afirmou Coelho.
No entanto, ele sinaliza que há motivos para cautela no curto prazo. Entre os alertas para possíveis correções, o analista destaca a possibilidade de realização de lucros caso o índice perca a região dos 137.500 pontos. “Nesse caso, poderá mirar a região dos 135.000 ou 129.000 pontos”.
Além dos níveis de preço, o indicador de oscilação de momentum se encontra em zona de sobrecompra. “O IFR (Índice de Força Relativa) está em sobrecompra. Se fechar abaixo dos 70, pode indicar um movimento de realização”, explicou.
Outro ponto observado por Coelho é o padrão de volume e sombra superior deixado no candle do último pregão. “O padrão de volume um pouco abaixo dos topos e a presença de uma sombra superior no último candle, reforça o sinal de cautela com realização no curto prazo”.
Esse comportamento pode sinalizar que o mercado está começando a sentir os efeitos da valorização acelerada, aumentando a probabilidade de uma correção técnica e abrindo espaço para movimentações de realização de lucros nos próximos pregões.

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Rompimento falho
Apesar do rompimento dos 140 mil pontos, o Ibovespa ainda não confirmou essa quebra de resistência, segundo Pam Semezzato, analista técnica da Clear Corretora. Para ela, a movimentação do índice nas últimas sessões mostra sinais de exaustão da alta, embora o cenário técnico geral continue positivo.
“Eu não considero rompimento se o candle ainda não estiver fechado acima dos 140.000 pontos. Então, no caso do IBOV, eu ainda não considero que rompeu, já que teve falha logo na sequência, e a pressão vendedora que se manteve para o fechamento”, afirmou Pam.
A analista observa que no gráfico de 60 minutos, o Ibovespa não conseguiu dar continuidade ao movimento de alta após superar os 137.400 pontos. “Podemos até traçar um canal de alta, o que me deixaria muito atenta para o rompimento da LTA desse canal, que indicaria correção mais forte”, alertou.
No gráfico diário, esse padrão de canal segue visível, mas segundo a analista os últimos candles apresentam pouco deslocamento — sinal de perda de força na tendência compradora. Ainda assim, ela reforça que não há indícios claros de reversão até o momento. “Está perdendo a força. Mas ainda, sem sinais de reversão e em tendência de alta”, avaliou.
Varejo, educação e bancos
Para Gilberto Coelho, o alívio nos juros futuros (DI’s) e a queda do dólar ajudaram a impulsionar o Ibovespa. Esses fatores reduzem a pressão inflacionária e criam um ambiente mais favorável ao risco — especialmente para os setores domésticos.
“Quando olhamos para os setores mais fortes, vemos varejo e educação como destaques positivos, além dos principais bancos. A exceção é o BBAS3, que acabou se descolando do setor”, apontou Coelho.
Já as tradicionais blue chips da Bolsa brasileira — Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3), que juntas representam 21,4% do Ibovespa — ficaram para trás no movimento de alta. “Pode ser que estejam apenas se preparando para um próximo rali de alta mais para frente”, completou.
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Fonte: InfoMoney