Fim do ciclo de alta de juros? Este cenário ganhou cada vez mais força após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com a visão também de queda em breve para os juros no país.
Neste sentido, o BofA avalia quais são as ações que podem ganhar com esse cenário de afrouxamento monetário mais próximo.
“Acreditamos que o Copom entregou o último aumento deste ciclo na semana passada e que um ciclo de afrouxamento pode começar em dezembro deste ano. Somos mais dovish (brando, de afrouxamento monetário) do que o mercado para 2026, prevendo a Selic em 11,25%, enquanto o mercado precifica a Selic próxima de 13%”, apontam os estrategistas do BofA.
Segundo eles, uma compressão nas taxas deve continuar a beneficiar das ações proxies de títulos (ou bond proxies, ou seja, ações com comportamento semelhantes a títulos de renda fixa), mas as avaliações não estão tão evidentemente descontadas como estavam há um mês (nos últimos 30 dias, as taxas nominais de 10 anos se comprimiram em 100 pontos base e o Ibovespa subiu 9%).
“‘Bond proxies’ devem prosperar se as taxas caírem ainda mais – e vemos espaço para isso”, avalia o BofA.
Os analistas citam ações dos setores de transportes, utilities (concessões, como de energia e saneamento), shoppings e teles como boas alternativas.
Para o setor de transporte, o BofA destaca oportunidade para capturar os atrasados, ou seja, ações que ainda não subiram neste atual cenário.
Enquanto as ações bond proxies subiram 8% no último mês, a Rumo (RAIL3) caiu 2%, principalmente devido a revisões negativas de lucros. Mesmo no limite inferior de sua orientação de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 2025, o BofA vê a ação negociando a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 12,5% (em termos reais), a terceira maior entre os proxies de títulos do Brasil. Assim, reitera a recomendação de Compra.
Já sobre as utilities, elas subiram 23% no acumulado do ano, em comparação com 13% do Ibovespa. O banco vê as ações agora sendo negociadas abaixo da média histórica em relação ao rendimento dos títulos brasileiros. Apesar do valuation geral do setor, ainda favorece Sabesp (SBSP3) e Copel (CPLE6) como suas principais escolhas, levando em conta as mudanças de estratégia e dividendos pós-privatização e o expressivo crescimento dos lucros.
Em relação aos shoppings, o banco destaca operação sólida do setor, ainda que aguardando um gatilho para que os ativos subam mais. “Apesar das tendências operacionais sólidas no 1T, os aluguéis continuam a ficar atrás do crescimento das vendas. Esperamos que o segmento de consumo de alta renda, mais defensivo, tenha um desempenho superior”, avalia o BofA, que tem a Multiplan (MULT3) como favorita devido à exposição defensiva ao consumidor de alta renda e menores riscos idiossincráticos em comparação aos pares, apesar do maior endividamento.
Por fim, permanecem otimistas em relação às telecomunicações da América Latina como um todo, pois veem 1) um pagamento sólido de dividendos, com rendimento médio de cerca de 9% para 2025; 2) tendências de mercado positivas em 2025, com Vivo (VIVT3) e Claro aumentando os preços híbridos/pós-pagos acima da inflação.
O BofA tem uma preferência relativa pela TIM (TIMS3), dada a maior visibilidade sobre os dividendos, com guidance de rendimento de cerca de 30% (mais 3% em recompra de ações) para 2025-2027.
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Fonte: InfoMoney