O Bitcoin (BTC) não passou ileso à entrada dos Estados Unidos no conflito com o Irã. Contrariando a narrativa de que funcionaria como um “hedge” em momentos de crise, a criptomoeda acompanhou a aversão global ao risco, caiu junto com os mercados tradicionais e atingiu US$ 98.200 no domingo (22), o menor valor desde o início de maio.
”A intensificação das tensões geopolíticas elevou a aversão ao risco nos mercados, gerando uma forte migração de capital para ativos tradicionais de refúgio, como dólar e Treasuries (títulos do tesouro americano), o que tem afetado diretamente o Bitcoin’’, disse André Franco, CEO da Boost Research.
Na manhã desta segunda-feira (23), a maior criptomoeda do mercado voltou a operar próxima de US$ 101 mil, recuperando parte das perdas do fim de semana, mas ainda longe de sua máxima histórica de US$ 111 mil, registrada em maio. A expectativa de curto prazo, porém, segue negativa.
”Ao analisar o fluxo, é possível observar que ainda há um vácuo de liquidez no preço do ativo, sugerindo então que o preço dê continuidade na queda em busca do suporte dos US$ 94.700’’, disse Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio.
Vale comprar na baixa? O que esperar no longo prazo?
Apesar do cenário conturbado, os investimentos institucionais em criptoativos continuam crescendo. Fundos regulados de gestoras como BlackRock, Fidelity, Grayscale, Bitwise, ProShares e 21Shares captaram US$ 1,24 bilhão na semana passada, de acordo com dados da plataforma CoinShares.
Com isso, os fundos cripto acumulam dez semanas consecutivas de entrada líquida, somando US$ 14,1 bilhões no período. Só neste ano, o volume já chega a US$ 15,1 bilhões – novo recorde histórico. O total de ativos sob gestão nesses produtos alcança US$ 176 bilhões.
”Apesar do ambiente desafiador no curto prazo, o fluxo positivo de 10% nos ETFs de Bitcoin sinaliza que parte do mercado institucional ainda vê valor no ativo como proteção e oportunidade de longo prazo’’, disse Guilherme Prado, country manager da Bitget.
- Leia também: O que é ETF de Bitcoin?
As projeções continuam positivas para o preço do Bitcoin, com analistas de casas como VanEck, Standard Chartered e Fundstrat sugerindo que o BTC poderá alcançar entre US$ 180.000 e US$ 250.000 neste ano.
Para os especialistas, a exposição a criptomoedas pode fazer sentido em uma carteira diversificada, desde que respeitado o limite de risco. A recomendação comum é alocar até 5% do portfólio nesse tipo de ativo.
- Leia também: O que são Criptoativos? Como investir?
Pressão nas altcoins
Assim como o Bitcoin, outras criptomoedas também recuaram diante da tensão no Oriente Médio, mas esboçaram recuperação parcial. O Ethereum (ETH) caiu até US$ 2.111 – menor nível desde o início de maio – e a Solana (SOL) tocou US$ 126, valor mais baixo desde abril.
Se a queda continuar, o ETH pode buscar suportes em US$ 1.860 e US$ 1.620, com resistência nas faixas de US$ 2.400 e US$ 2.520, segundo Ana. No caso da SOL, a região de US$ 126 é considerada zona de compra e pode sinalizar retomada até US$ 138 e US$ 147.
”Contudo, se houver uma nova pernada de baixa, o preço da Solana poderá buscar os suportes das regiões de liquidez dos US$ 118 e US$ 105”, disse analista.
- Leia também: O que são altcoins e como investir
The post Bitcoin escorrega após ataque dos EUA ao Irã: vale comprar na baixa? appeared first on InfoMoney.
Fonte: InfoMoney