Enquanto o mundo moderno busca formas de encontrar uma bateria mais eficiente para carros elétricos e outras invenções, a solução para esse problema pode estar em um experimento do século XIX.
Trata-se da Campainha de Oxford ou, no original em Inglês, Oxford Electric Bell. Alguns cientistas também a chamam de Clarendon Dry Pile. O grande diferencial do dispositivo é que ele continua funcionando por, pelo menos, 185 anos sem parar – e sem uma troca ou recarga da bateria original!
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A relíquia fica no Laboratório Clarendon da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Uma curiosidade é que os especialistas não sabem exatamente do que é feita a fonte de energia. E eles não querem mexer na campainha, com medo de que ela possa parar de funcionar.

Como isso funciona até hoje?
- Existem alguns estudos sobre o objeto – um deles data de 1984, publicado no European Journal of Physics.
- O ex-pesquisador do Laboratório Clarendon A. J. Croft afirmou o seguinte:
“Não se sabe ao certo do que são as pilhas, mas está claro que o revestimento externo é de enxofre, e isso sela as células e o eletrólito.”
- Ele afirma que a fonte de energia é uma espécie de “pilha seca”, uma das primeiras baterias elétricas da história.
- Uma “pilha seca” costuma usar discos alternados de prata, zinco e enxofre para gerar baixas correntes elétricas.
- Não dá para cravar, porém, que a Campainha de Oxford tenha esses materiais.
- A explicação científica para que ela não tenha parado por esses anos todos é que o dispositivo utiliza pouquíssima energia.
- Croft diz que a bateria consome 1 nanoAmpère cada vez que oscila entre as laterais do sino, o que é uma quantidade de corrente extremamente baixa.
- Em entrevista à BBC, o doutor Robert Taylor, da Universidade de Oxford, explica que a chave está na força eletrostática:
“À medida que ele se move para frente e para trás, o que acontece é que o pequeno sino de chumbo toca as duas estruturas de cada lado, e carrega e descarrega continuamente. Uma pequena quantidade de carga escorre entre as duas extremidades e a única perda, basicamente, é a resistência do ar”, disse Taylor.
Algumas curiosidades
O sino não começou necessariamente como um experimento científico. Ele, na verdade, foi comprado por um professor de Oxford, que resolveu deixá-lo no laboratório. E, apesar de haver um papel com os dizeres “montado em 1840”, alguns especialistas acreditam que ele tenha sido feito anos antes, em 1825.
Outra curiosidade é que, apesar do movimento constante, não é mais possível ouvir o som da Campainha de Oxford. Um dia foi, mas a voltagem restante na bateria é tão baixa que o ouvido humano não consegue mais identificar o som emitido.
Os cientistas, aliás, perceberam uma desaceleração do movimento nos últimos 40 anos. Alguns deles apostam que o mecanismo deve parar de funcionar na próxima década. Outros, no entanto, acreditam que o pequeno sino do meio vai se desgastar antes do fim da carga da bateria.
O que é fato é que o Guinness Book, o Livro dos Recordes, nomeou sua fonte de energia como a “bateria mais durável do mundo”. E um dia saberemos de verdade do que ela é feita. Até lá, o que nos resta é admirar um experimento funcional de 185 anos – e contando…
Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 13/05/2024.
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Fonte: Olhar Digital