A Mattel, uma das gigantes globais do setor de brinquedos, sinalizou que pode elevar os preços de seus produtos nos Estados Unidos como resposta direta às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre importações chinesas.
Em teleconferência com investidores nesta segunda-feira, 5, Ynon Kreiz, presidente da companhia, afirmou que a Mattel está adotando uma estratégia de três frentes para contornar os impactos da guerra comercial entre EUA e China, segundo o Business Insider.
As ações envolvem a diversificação da cadeia de suprimentos, o aprimoramento na escolha de produtos e fornecedores e, se necessário, a revisão dos preços no mercado americano.
De acordo com Kreiz, a China permanece um país-chave na produção de brinquedos para a Mattel, mesmo após a tarifa de 145% imposta por Trump sobre produtos chineses.
A companhia intensificou o deslocamento de sua manufatura para outras regiões. Kreiz ressaltou que, apesar dos reajustes, a intenção é manter os brinquedos acessíveis ao consumidor final.
“Sob os cenários atuais, esperamos que entre 40% e 50% dos nossos produtos permaneçam na faixa de até 20 dólares”, afirmou o executivo. Hoje, é possível encontrar bonecas Barbie nos EUA com preços variando entre US$ 6,99 e US$ 174,99, segundo dados do varejista Target — os modelos mais caros geralmente incluem acessórios adicionais.
Trump: “Duas bonecas ao invés de trinta”
A justificativa do presidente Trump para as tarifas, que afetam um setor no qual cerca de 80% dos brinquedos são importados da China, segundo a Toy Association, é baseada no argumento de reduzir o consumo excessivo. “As crianças podem ter duas bonecas em vez de trinta”, disse ele a repórteres na Casa Branca.
Em entrevista à emissora NBC, Trump reforçou esse ponto ao dizer que os americanos não precisam de “250 lápis, quando podem ter cinco”. “Não precisamos gastar dinheiro com um déficit comercial com a China por coisas que não precisamos, por lixo que não precisamos”, declarou.
Apesar do tom rígido, Trump também indicou que uma resolução pode estar no horizonte: “Em algum momento, vou baixar [as tarifas], porque, caso contrário, nunca se poderia fazer negócios com eles. E eles querem muito fazer negócios.”
Fonte: Exame