A mania de superlativos em Balneário Camboriú atingiu seu ponto mais alto — literalmente.
A cidade que transformou arranha-céu em símbolo local agora foi além: construiu uma maquete de quatro andares para apresentar o que será o prédio residencial mais alto do mundo.
Não é figura de linguagem. A maquete da Senna Tower tem 14 metros de altura e já ocupa um prédio inteiro.
O empreendimento, da FG Empreendimentos, terá mais de 550 metros de altura, superando a Central Park Tower, em Nova York (472 metros), e o Marina 101, em Dubai (435 metros).
A torre (e a maquete) foi lançada oficialmente neste sábado, 10 de maio, em um evento lotado no centro de Balneário Camboriú.
A instalação — ou “mini prédio”, como alguns já chamam — foi construída como parte do showroom do Senna Tower.
A ideia era criar uma experiência imersiva para apresentar o projeto, mas acabou virando uma atração própria, com fila para fotos e vídeos no Instagram.
“Fizemos uma maquete que virou outro prédio. Ela mostra o tamanho da nossa ambição — e o tamanho do que vem por aí”, diz Jean Graciola, CEO da FG.
Um showroom que virou ponto turístico
A réplica ocupa quatro andares de um edifício no centro da cidade.
São 90 toneladas de aço e vidro, com projeções em LED, ambientação sonora e cenários que explicam o conceito do projeto.
A maquete virou um espaço interativo para apresentar a torre como se já estivesse pronta — incluindo elevador simulado e rooftop fake.
A inspiração da torre vem de Ayrton Senna. O prédio leva o nome do piloto e foi concebido como uma metáfora para sua trajetória.
A artista plástica Lalalli Senna, sobrinha do tricampeão, assina o conceito visual. “A curva da torre simboliza a jornada de superação do Ayrton. A estrutura no topo representa a transição da matéria para a luz”, diz.
O prédio de verdade
A Senna Tower terá 228 unidades: 18 mansões suspensas, 204 apartamentos, quatro coberturas duplex e duas megacoberturas triplex com 903 metros quadrados.
A estrutura contará com sete elevadores de alta velocidade e seis pavimentos de lazer distribuídos ao longo da torre. No topo, um rooftop exclusivo.
Para tirar o projeto do papel, a FG está usando tecnologias inéditas em prédios residenciais no Brasil. A fundação emprega estacas Auger Cast, que distribuem melhor a carga e aumentam a flexibilidade da estrutura. O prédio também terá um sistema TMD — uma espécie de contrapeso inteligente para reduzir oscilações causadas pelo vento.
“Estamos lidando com uma estrutura que exige soluções importadas e desenvolvidas sob medida. Não é só construir alto, é construir certo”, afirma Stéphane Domeneghini, diretora da Talls Solutions, empresa de engenharia do grupo FG.
Da orla de SC para o mundo
A FG já está trabalhando em novos projetos internacionais. A empresa quer abrir escritórios em São Paulo, Miami e Portugal, além de expandir sua consultoria especializada em prédios altos, a FG Talls. Também prepara o lançamento do FG Bank, um banco digital para financiar os próprios projetos.
“Queremos exportar nossa expertise em superaltos. A Senna Tower é só o começo de um novo ciclo da empresa”, afirma Graciola.
Por enquanto, o prédio ainda está no papel. Mas a maquete, com seus quatro andares e 90 toneladas, já é maior que muito edifício por aí.
Fonte: Exame