As ações da Azul (AZUL4) registram forte queda após o primeiro trimestre de 2025 (1T25) em últimos meses de uma verdadeira montanha-russa na Bolsa. Às 11h05 (horário de Brasília) desta quarta-feira (14), os papéis caíam 14,69%, a R$ 1,22.
A companhia aérea Azul anunciou nesta quarta-feira que encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,82 bilhão, 5,66 vezes acima do resultado negativo de R$ 324 milhões apurado um ano antes.
A empresa apurou um desempenho operacional medido pelo Ebitda de R$1,38 bilhão entre janeiro e o fim de março, queda de 29,4% na mesma comparação, com a margem recuando de 30,3% para 25,7%.
A receita líquida total da companhia, porém, subiu 15,3% no período, para R$5,39 bilhões, apesar de uma queda de 3,5% no indicador “yield”, de preços de passagens.
Sem ajustes, a Azul teve resultado líquido positivo no primeiro trimestre de R$783 milhões, revertendo prejuízo de R$1,12 bi de um ano antes.
A companhia, até agora a única empresa aérea em operação no país que não precisou recorrer a um processo de recuperação judicial para reestruturar suas finanças, terminou março com uma alavancagem financeira de 5,2 vezes ante 3,7 vezes um ano antes.
Segundo a empresa, se for considerada a conversão de parte de dívida da empresa que vence em 2029 e 2030 em ações, parte do plano de reestruturação que tem sido negociado com credores há meses, a alavancagem da Azul no período teria sido de 4,4 vezes. A Azul afirmou que o aumento na alavancagem ocorreu em função da desvalorização do real ante o dólar e seus impactos sobre a dívida.
A Azul terminou março com R$ 3,3 bilhões em caixa, queda de 19% ante o final do ano passado, e uma dívida bruta de R$34,7 bilhões.
No trimestre, a frota da Azul foi incrementada com três aeronaves ante o final de março do ano passado, com 184 aviões em utilização.
O JPMorgan apontou os números como negativos e decepcionantes, com o Ebitda 19% abaixo da projeção do banco e 17% menor do que o consenso.
A queda foi impulsionada principalmente pelos custos unitários (CASK) ex-combustível 9% acima do esperado. A empresa concluiu o trimestre com R$ 2,3 bilhões em liquidez imediata, uma redução em relação aos R$ 3,1 bilhões do quarto trimestre de 2024, o que é típico para o primeiro trimestre do ano, avalia o banco.
Notavelmente, a Azul não comentou sobre sua projeção para o ano inteiro, provavelmente indicando sua reafirmação (Ebitda esperado em R$ 7,4 bilhões, versus projeção do JPMorgan em R$ 7,3 bilhões), apesar da queda no 1T.
O banco já apontava esperar uma reação negativa das ações com a pressão contínua decorrente do plano de gestão de passivos da Azul e da diluição substancial do patrimônio projetada, superior a 80%. A recomendação do JPMorgan para AZUL4 é neutra.
O Goldman Sachs também tem recomendação neutra para os ativos, ainda que com preço-alvo mantido em R$ 4,60, potencial de alta de 222%. O Ebitda decepcionou o banco em 20%.
“Observamos que o CASK ex-combustível foi impactado negativamente por outras despesas, em função de problemas de desempenho e fornecimento de OEMs (Fabricante do Equipamento Original), que levaram ao aumento de processos judiciais e custos relacionados a passageiros (hotel, alimentação e transporte)”, aponta.
(com Reuters)
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Fonte: InfoMoney