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Autópsia de Juliana Marins: veja o que disse o legista e o que ainda falta esclarecer

Autópsia de Juliana Marins: veja o que disse o legista e o que ainda falta esclarecer

Informações sobre a autópsia no corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foram divulgadas nesta sexta-feira no Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, onde o corpo foi examinado. Em entrevista para imprensa local, o médico legista Ida Bagus Alit concluiu que a causa da morte foi trauma, com fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa.

Ele respondeu a perguntas sobre os ferimentos e o tempo estimado entre o trauma e o óbito. Ele detalhou tecnicamente os danos ao corpo, mas ainda não está claro qual das quedas provocou a morte, estimada por ele em cerca de 20 minutos após o trauma, nem o local exato onde isso ocorreu.

Com base na entrevista divulgada por várias emissoras locais, o GLOBO reuniu, ponto a ponto, o que ele disse e o que ainda precisa ser esclarecido.

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Qual foi a causa da morte?

“A partir das fraturas ósseas ocorreram danos aos órgãos internos e sangramento. Com isso, podemos concluir que a causa da morte foi um trauma contuso que causou danos aos órgãos internos e hemorragia”. Então, a causa provisória da morte é trauma contuso que resultou em fraturas, danos internos e hemorragia. Quanto ao tipo de trauma, foi causada por objeto contundente. Mas reforço que estamos falando de ‘trauma contuso’, e não necessariamente de um objeto específico, pois eu não vi o objeto. Objeto contundente é qualquer coisa com superfície relativamente lisa e sólida. A maioria dos ferimentos são escoriações por atrito, ou seja, o corpo da vítima foi arrastado ou sofreu contato com superfícies duras”.

O que falta esclarecer: Não se sabe se ela colidiu em uma pedra ou mesmo na superfície

A morte ocorreu muito tempo depois dos ferimentos?

“Talvez seja importante esclarecer que não encontramos nenhuma evidência de que a morte tenha ocorrido muito tempo depois dos ferimentos. Vou repetir: não encontramos sinais de que a vítima tenha morrido muito tempo depois dos ferimentos. É relativo, mas estimamos que não passou de 20 minutos após o trauma”.

O que falta esclarecer. Não está claro qual queda, de fato, provocou a morte de Juliana. Isso porque turistas conseguiram filmá-la com movimentos cerca de três horas após ela ter caído da trilha, como mostram as imagens. No vídeo, Juliana aparece sentada na fenda de uma rocha e mexendo as mãos.

O que indica que a morte foi rápida?

“Posso explicar, por exemplo, que havia uma lesão na cabeça, mas ainda não havia hernia cerebral, que geralmente leva de algumas horas a dias para acontecer. Isso indica que não houve tempo suficiente para isso ocorrer, o que reforça que a morte foi rápida. O mesmo vale para o tórax e abdômen.”

Houve hemorragia significativa?

“A hemorragia foi significativa, e os órgãos, como o baço, não apresentavam sinais de retração, que indicariam sangramento lento. Então, podemos afirmar que a morte ocorreu em um intervalo muito curto após os ferimentos”.

Quanto tempo mais ou menos?

“A morte ocorreu entre 12 e 24 horas, com base nos sinais de rigidez e coloração do corpo. Mas não podemos descartar interferências anteriores, como o corpo ter sido colocado em ambientes que retardam esses processos”.

O que falta esclarecer: Questionado pelos repórteres presentes na coletiva sobre quando teria ocorrido esse intervalo de tempo — se antes do resgate ou após uma das quedas —, o legista respondeu: “Antes das 22h05”. No entanto, não fica claro a que dia ele se refere. Juliana caiu no Monte Rinjani na manhã de sábado, dia 21 (horário local), e o corpo foi resgatado quatro dias depois, na tarde da última quarta-feira.

Hipotermia poderia ser a causa da morte?

“Hipotermia é normalmente verificada por líquido nos olhos. Mas, como o corpo estava em estado avançado, não conseguimos realizar esse exame. Além disso, a quantidade de ferimentos e sangramentos nos permite descartar a hipotermia como causa”.

Por que a causa da morte é provisória?

“Porque o protocolo da autópsia exige exames complementares, como toxicologia. Isso não quer dizer que suspeitamos de envenenamento ou uso de substâncias, mas é uma exigência para termos certeza além de qualquer dúvida razoável”. “Há padrões definidos para isso. Em geral, os resultados saem em até duas semanas”.

Com um trauma desses, quanto tempo uma pessoa pode sobreviver?

“Repito: as evidências evidenciam que a morte foi quase imediata. Houve sangramento extenso, fraturas múltiplas e lesões em quase todo o corpo, inclusive nos órgãos do tórax e abdômen”.

Qual foi a parte mais grave?

“A parte mais grave foi a que afetou o sistema respiratório: lesões no tórax, principalmente na parte de trás, que danificaram os órgãos internos”.

O trauma contuso foi provocado por queda ou impacto?

“Pelo padrão das lesões por escoriação, condiz com uma queda”.

O que falta esclarecer: não se sabe ainda o local exato da queda — e não confirma se foi na primeira ou segunda

Onde foram encontradas essas escoriações?

“Por todo o corpo, principalmente nas costas, braços e pernas. Havia lesões na cabeça também”.

Foi a lesão na cabeça que causou a morte?

“A mais grave foi nas costas. Mas como os ferimentos ocorreram quase simultaneamente, é o conjunto das lesões que levou à morte. A região das costas foi a mais afetada”.

O que falta esclarecer: O legista não especifica quantas quedas ou impactos o corpo pode ter sofrido. Informa que quando eles ocorreram, foram simultâneos.

Havia chance de a morte ter sido causada por falta de comida ou água?

“Não. A causa direta da morte foi, com certeza, a violência. Houve grande quantidade de sangue na cavidade torácica, o que não se explica por inanição”.

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Fonte: InfoMoney

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