A auditoria contratada para analisar o balanço financeiro do Corinthians apontou “incerteza relevante quanto à capacidade de continuidade operacional” do clube. A ressalva apontada no parecer, em documento ao qual o Estadão teve acesso, foi apresentada pela diretoria na demonstração de 2024, publicada nesta quarta-feira.
De acordo com a GF Brasil Auditoria & Consultoria, o principal motivo para levantar dúvida sobre o futuro do Corinthians foi o déficit de R$ 181,7 milhões apresentado somando ao fato de o passivo circulante do clube ter excedido o total do ativo circulante em R$ 516,5 milhões. O patrimônio líquido está negativo em R$ 425,2 mi.
O balanço financeiro apontou que o time alvinegro tem um passivo de aproximadamente R$ 2,46 bilhões. Segundo a diretoria, um dos motivos para o exercício ter apontado déficit foi uma pendência financeira de R$ 191 milhões da gestão anterior que não havia sido contabilizada no balanço de 2023. Assim, o clube fecharia 2024 com um superávit de R$ 9,5 milhões.
O Corinthians chegou a citar a auditoria externa da GF Brasil Auditoria & Consultoria para solicitar a reabertura e republicação das contas de 2023, mas o pedido foi negado pelo Conselho de Orientação (Cori). O diretor financeiro Pedro Silveira pediu demissão alegando problemas de saúde no mesmo dia da solicitação.
Na segunda-feira, o Conselho Deliberativo reprovou as contas do clube, abrindo brecha para Augusto Melo ser alvo de um segundo processo de impeachment. O Conselho de Orientação (Cori), órgão fiscalizador do clube, indicou que a atual gestão elevou as dívidas do clube em R$ 829 milhões.
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