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Ao contrário do que pensamos, cores são objetivas; entenda

O seu azul provavelmente é diferente do meu azul. E quando você enxerga o azul numa parede, provavelmente enxerga um tom diferente que eu – apesar de ambos serem azul. Isso acontece porque os sistemas visuais variam de pessoa para pessoa. E a percepção da própria cor varia dependendo do fundo e da iluminação. Isso não quer dizer que as cores em si sejam diferentes.

É isso que propõem Elay Sech e Michael Watkins, professores de Filosofia da Universidade de Auburn (nos Estados Unidos) e autores do livro A Metafísica das Cores, em um artigo no site The Conversation. Segundo eles, mesmo que a percepção humana mude, a cor continua sendo a mesma. E ao contrário do que pensamos, ela não é subjetiva, mas sim objetiva.

Vamos entender a fundo.

Ao contrário do que pensamos, cores são objetivas; entenda
Percepção humana varia… mas a cor não (Imagem feita com inteligência Artificial/Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

Cores são objetivas, mesmo que a percepção humana varie

A dupla de professores não nega que existam variações na forma como seres humanos enxergam e sentem o mundo. Por exemplo, a água fria para uma pessoa pode não ser fria para outra. E o verde claro para uma pessoa pode não ser claro para outra.

Agora vem a parte complicada: mesmo que a percepção seja individual, a temperatura da água não muda de pessoa para pessoa. Ou seja, a temperatura é independente da experiência humana de achá-la fria ou não.

O mesmo se aplica às cores, conforme eles explicam:

O fato de você poder mudar a aparência da cor de algo não é o mesmo que mudar sua cor. Você pode fazer com que uma maçã pareça verde ou azul, mas isso não é evidência de que a maçã não seja vermelha.

Elay Sech e Michael Watkins, em artigo no The Conversation

Eles argumentam que, assim como outros medidas (como temperatura e comprimento), a cor pode ser medida objetivamente.

Como definir uma cor?

Dê uma olhada na seguinte imagem:

8 de maio de 2025 - 06:29
(Imagem: Shobdohin/Wikimedia Commons, CC BY-SA)

Em fundos diferentes, o quadrado rosa parece ter tonalidades distintas. No entanto, a cor é a mesma.

Pensando em como fazer essa definição, os autores propuseram um sistema diferente do que dar nomes. Para eles, para determinar um cor, não é necessário considerar todas as variáveis envolvidas no processo de percepção (como iluminação do ambiente e cor de fundo).

Na teoria deles, é necessário analisar se dois objetos têm a mesma cor. Por exemplo, se você estiver pintando uma parede rosa e acabar a tinta, você irá em busca de uma cor rosa equivalente. Isso não depende de iluminação ou fundo, apenas da equivalência. Ela pode ser mais clara ou mais escura dependendo da visão, mas, nos olhos de cada um, continua sendo equivalente.

O fato de duas pessoas poderem determinar se dois objetos têm a mesma cor, mesmo que não concordem exatamente com o que é essa cor – assim como uma piscina de água pode ter uma temperatura específica sem parecer a mesma para mim e para você – parece ser uma evidência convincente de que as cores são características objetivas do nosso mundo.

Elay Sech e Michael Watkins, em artigo no The Conversation

camaleão
A natureza é um bom exemplo disso (Imagem: Oleksandr Antonov/Shutterstock)

Leia mais:

A importância das cores

  • De acordo com os professores, a cor desempenha um papel fundamental na biologia evolutiva;
  • Isso funciona na natureza, quando animais usam cores para sinalizar perigos para predadores ou se esconder;
  • Inclusive, os animais são um bom exemplo dessa objetividade: quando um camaleão assume um tom verde (por exemplo), cada predador vai observá-lo e interpretá-lo de uma forma diferente. No entanto, a cor é a mesma.

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Fonte: Olhar Digital

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