Victor Scalet, estrategista macro da XP, participou nesta quinta (8) do programa Morning Call da XP, e comentou sobre a decisão do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25%-4,50%).
Segundo o analista, o Fed fez nesta quarta (7) o que o mercado esperava: “Por isso, tivemos reações quase nenhuma tanto na divulgação do comunicado quanto da coletiva do (presidente do Fed) Jerome Powell”, disse. “A mensagem foi de tranquilidade diante da incerteza que existe na economia americana”, complementou.
Para o analista, a autoridade monetária americana parece esperar para ver o que vai acontecer com as tarifas de importação adotadas pelo governo Donald Trump tanto pelo lado da atividade quanto da inflação.
Cenário em observação
“Tinha uma parcela dos economistas dizendo que a atividade cairia mais rápido nos Estados unidos e, por isso, o Fed deveria cortar juros mais rápido e mais vezes esse ano”, afirmou. Segundo ele, por conta disso, tinha parte do mercado esperando sinalização de queda de juros em junho, na próxima reunião do Fed.
Mas, para o estrategista, pelo que se viu ontem tanto no comunicado como pelas falas do Powell, os juros podem não cair tão rápido assim. “Foi um balde de água fria para quem tinha expectativa que o Fed entrasse nesse barco (de corte de juros) mais rápido. E do lado da inflação, tem que esperar um pouco para ver como vai sair os acordes comerciais”, comentou.
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Ele citou que os Estados Unidos devem começar efetivamente a conversar com a China sobre a questão das tarifas nesta quinta. Disso, começará a se entender como serão os impactos.
“Com inflação alta e a economia resiliente mais do que muita gente esperava, o Fed ficou com essa vantagem de poder esperar, ganhar tempo, para ver o que vai ser do cenário”, ressaltou. “Foi isso que eles comunicaram ontem tanto no texto oficial da decisão dos diretores do board (comitê de política monetária) quanto na fala de Jerome Powell”, acrescentou.
Victor Scalet mencionou ainda que nas últimas semanas os dados econômicos nos EUA vieram na direção de que o Fed poderia ter esse espaço para mais cautela, ganhando tempo de olhar mais detidamente o cenário.
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Fonte: InfoMoney