O ataque de Israel ao Irã, com a anuência dos Estados Unidos, deve ter desdobramentos nos destinos da política monetários nos EUA e aqui no Brasil. A região de conflito concentra maior parte das reservas de petróleo do mundo.
É que na semana que vem, nos 17 e 18 de junho, tem reunião do Federal Open Market Committee (Fomc, o comitê de política monetária dos EUA) e do Copom (Comitê de Política Monetária), aponta Raphael Figueredo, o Rafi, estrategista da XP.
Assim, tanto o Federal Reserve (FED, o banco central americano) como o Banco Central brasileira trazem para o centro das discussões o petróleo, commodity de forte influência na economia global.
Estreito de Ormuz
Além do Oriente Médio ser a maior região produtora e exportadora de petróleo do mundo, há um outro fator importante que abala os mercados, explica Rafi, que comandou nesta sexta (13) o programa Morning Call da XP.
“No estreito de Ormuz, no Irã, é por onde passa um terço de toda produção global de petróleo”, disse.
“A medida que se tem uma escalada de conflito naquela região, esse estreito é fechado. Tem-se então uma escassez de estoque (de petróleo) brutal no mundo inteiro. Por isso, o mercado acaba ajustando o preço”, explicou.

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Segundo ele, vê-se hoje no mercado o movimento de risk off (sentimento de risco) em todos os ativos de renda variável. “O mundo inteiro corre agora para proteção”, afirmou.
Com o conflito, o Brent chegou a subir mais de 10% na madrugada desta sexta. Enquanto isso, as bolsas globais amanhecem em queda e dólar sobe. “Os prêmios estão ficando mais largos”, ressaltou.
A alta do petróleo registrada nas últimas horas é a maior em três anos. “Isso faz com que o investidor fique preocupado. A gente vai para uma semana de decisão de política monetária. Com o petróleo subindo na maneira que está, escalando o conflito e subindo ainda mais, isso pode em alguma medida pressionar a inflação”, disse.


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Para o analista, é importante que o investidor fique “bem cauteloso”. “Não se sabe a escalada no final de semana. Difícil se expor ao risco. O investidor vão buscar segurança”, complementou.
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Fonte: InfoMoney