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Alta do PIB deve se estender para o 2º tri, mas desaceleração virá na sequência

Alta do PIB deve se estender para o 2º tri, mas desaceleração virá na sequência

A expansão da economia brasileira, marcada pelo crescimento de 1,4% no Produto Interno bruto (PIB) do primeiro trimestre, divulgada nesta sexta-feira (30 pelo IBGE, mostra que a atividade do país segue aquecida, o que deve se repetir no segundo trimestre. A desaceleração é esperada a partir da metade do ano, avaliam os economistas.

O mercado de trabalho deve continuar sustentando os números devido ao pleno emprego e ao aumento da massa salarial, avalia a XP. “A demanda interna se mantém resiliente, refletindo dinâmicas favoráveis de emprego, renda e crédito”, disse a instituição em relatório divulgado nesta manhã.

9 dos 12 setores avançaram na comparação trimestral, com destaque para agricultura e pecuária (alta de 12,2%); serviços totais (+0,3%) – que teve destaque para serviços de Informação e Comunicação, Outros Serviços (que inclui famílias) –; e Atividades Imobiliárias. 

A resiliência da economia brasileira sob juros altamente restritivos tem forte relação com a postura fiscal do governo, afirma José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos.

“O forte estímulo à demanda e ao consumo fazem com que esses componentes alimentem um mercado de trabalho operando acima do seu limite não inflacionário, e, a despeito das consequências, faça a economia crescer mesmo com juros reais de 9%”, avalia.

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Para o mercado, o dado é positivo, mas não muda o cenário de cautela frente a um crescimento puxado por serviços e agro, enquanto a indústria segue estagnada, avalia Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

Segundo trimestre ainda deve estar aquecido

Igor Cadilhac, economista do PicPay, afirma que a resiliência percebida no primeiro trimestre vai esbarrar na inflação persistente, nos juros elevados e no aperto das condições financeiras. “Para o próximo trimestre, nosso cenário base segue apontando um bom momento para a atividade econômica brasileira”, diz.

“No entanto, a desaceleração não apenas se torna inevitável, como também necessária para a correção dos desequilíbrios atuais”, afirma Cadilhac. “A partir do segundo trimestre, esperamos que a desaceleração se intensifique, aumentando o risco de estagnação”, complementa.

Já Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, avalia que o desempenho do agro ainda deve contribuir para o segundo trimestre. “Mas esperamos que a tendência de desaceleração da demanda, tanto nos investimentos como no consumo das famílias, deva permanecer”, afirma.

Para sustentar o crescimento nos próximos trimestres, Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo, afirma que seria preciso investir em tecnologia, qualificação de profissionais e inovação nos modelos de negócios. “Esses dados reforçam a necessidade de um ambiente de negócios mais competitivo e preparado para os desafios de médio e longo prazo”, afirma.

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Demanda das famílias, indústria e serviços

Para a XP, o consumo das famílias cresceu “acentuadamente” no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 1%. Mas na análise da variação anual, Vitoria destaca que o indicador mostra tendência de desaceleração. “A desaceleração da demanda é importante nesse momento para que os juros caiam e o crescimento da oferta, além do agro, possa retomar”, diz.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, também destaca a força do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo, que cresceram 1% e 3,1%, respectivamente.

 “O mercado de trabalho aquecido, com a taxa de desemprego em patamar bem baixo para os padrões históricos, também tem contribuído para manter a atividade resiliente. Tanto o setor de serviços quanto o consumo das famílias têm sido impulsionados por esse aumento do nível de ocupação e da renda.”

Na análise por setor, a indústria, que caiu 0,1%, e serviços, que subiu 0,8%, permanecem em patamares mais estáveis, o que indica um movimento que deve continuar nos trimestres seguintes, avalia Gustavo Rostelato, economista da Armor Capital.

PIB de 2025

A XP faz uma estimativa de crescimento do PIB em 2025 de 2,3%, com viés para cima.

Já Cadilhac projeta uma desaceleração moderada ao longo do ano, com crescimento do PIB estimado em 2,2% para 2025, sustentado pelo bom desempenho de setores como o agronegócio e a indústria extrativa. 

Moreno, do C6, projeta uma expansão de 2% da atividade econômica, o que representa uma desaceleração em relação a 2024. Vitória, do Inter, também estima que o PIB deve desacelerar para próximo de 2% até o fim do ano.

“Estimular uma economia que cresce acima do seu potencial não é sustentável no longo prazo. O investimento no primeiro trimestre ainda teve alta e contou com importação de plataforma de petróleo, mas o atual patamar de juros e as incertezas tributárias não devem estimular novo crescimento no curto prazo”, afirma.

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Fonte: InfoMoney

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