Os Maias foram uma civilização pré-colombiana que se desenvolveu principalmente em áreas do atual México, e em partes da Guatemala, Belize e Honduras. O povo é conhecido por sua cultura, com destaque para a escrita hieroglífica, a matemática, a astronomia e o calendário.
Ao longo do Período Pós-Clássico (de 900 d.C. a 1697 d.C.), muitas cidades maias entraram em declínio devido a diversos fatores, como guerras, problemas ambientais e a ascensão de outras civilizações. Mas agora uma análise de DNA pode esclarecer o que, de fato, aconteceu.
População colapsou, mas não se extinguiu
- As conclusões são resultado de exames feitos em esqueletos localizados enterrados perto da antiga cidade maia de Copán, no atual oeste de Honduras.
- No total, genomas de sete pessoas que viveram no período maia clássico (de 250 a 900 d.C.) foram analisados.
- O estudo, publicado na revista Current Biology, apontou que a população maia enfrentou uma drástica redução há cerca de 1.200 anos.
- Isso se alinha com um cenário proposto por arqueólogos em que a quantidade de pessoas diminuiu, mas não se extinguiu totalmente.

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Interação com estrangeiros teria motivado crise
Durante o estudo, pesquisadores investigaram a hipótese de que estrangeiros assumiram o poder em Copán no final da década de 420. A ideia era entender como as interações entre locais e não locais criaram mudanças sociais e culturais neste importante centro maia.
A dinastia real que governou por quatro séculos foi estabelecida na cidade em 426 d.C. por um homem conhecido como K’inich Yax K’uk ‘Mo’, que era um estranho, de acordo com as inscrições maias. Análises genômicas e isotópicas anteriores de esqueletos de outros sítios maias sugeriram que a migração e o fluxo gênico eram comuns, mas a natureza dessa mistura de genes nunca havia sido investigada antes.

Com base no sequenciamento de genomas de sete pessoas enterradas em Copán, a equipe descobriu que todas as pessoas tinham diferentes linhagens maternas. Dois homens, no entanto, pertenciam à mesma linhagem do cromossomo Y e foram enterrados juntos: um poderia ter sido um antigo governante, enquanto o outro serviu de sacrifício.
Apesar das semelhanças genômicas, eles não eram parentes próximos. Os cientistas ainda explicaram que a linhagem que os homens compartilham é comum entre as populações indígenas americanas atuais. Isso sugere “a persistência duradoura da ancestralidade local na região maia”. Em outras palavras, a conclusão é que, embora a população tenha diminuído drasticamente com o colapso do sistema político maia, a população não foi substituída por nenhum outro grupo.
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Fonte: Olhar Digital