O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua ocupado espaço nas análises do mercado com suas sucessivas idas e vindas de anúncios que envolvem mercados importantes de impacto global. O tema déficit fiscal é outro item na pauta americana para ficar atento.
Maria Irene Jordão, analista global da XP, participou nesta segunda (26) do programa Morning Call da XP, e comentou que na semana passada, a Câmara dos Estados Unidos aprovou um reconciliation bill, uma lei apelidada e depois oficializada como One Big Beautiful Act (“Um grande e belo projeto de lei”) que é um projeto do orçamento dos Estados Unidos expansionista para o fiscal americano e bastante negativo para os juros de longo prazo.
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Deterioração do fiscal
A lei tem cortes substanciais de impostos e foi aprovada na Câmara. Agora, a matéria segue para o Senado. “O fiscal nos Estados unidos está se deteriorando”, disse. “Por outro lado, esse caráter expansionista (do fiscal) do orçamento aprovado acaba sendo positivo para a atividade econômica”, acrescentou.
A analista comentou, no entanto, que não se pode desprezar o efeito do projeto sobre os juros americanas no médio e longo prazo. “Os Estados Unidos seguem a maior economia, mas é importante ficar atento a isso”, disse.
iPhone na mira
Em outra vertente, Maria Irene Jordão destacou que Trump voltou a fazer posts nas redes sociais indicando a possibilidade de tarifas de 25% sobre iPhones da Apple que não forem produzidos nos Estados Unidos.
Ela lembrou que Trump já havia feito concessão de não taxar importação para os eletrônicos no chamado “Liberation Day” no início de abril, quando impôs uma série de tarifas a países que realizam comércio internacional com os Estados Unidos.
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“Mas Trump voltou agora a falar especificamente disso, numa tentativa de voltar no discurso de reindustrialização nos Estados Unidos”, ressaltou.
Segundo ela, analistas americanos acreditam que mesmo que existam aumento de produção nos Estados Unidos do iPhone com a tarifação de 25% de aparelhos importados da marca da Apple, isso não vai reduzir o seu preço.
“Isso porque o aumento do custo de produção nos Estados Unidos seria bem mais caro do que no restante do mundo”, destacou, citando que a mão de obra americana é de alto custo e montar a infraestrutura dentro do país para fabricar o iPhone exigiria um elevado orçamento. “Acabaria não tendo o efeito desejado por Trump”, afirmou.
Por fim, Donald Trump concordou em adiar a data de início das tarifas de 50% para União Europeia para 9 de julho. Ele inicialmente tinha falado em adotar as medidas a partir de 1° de junho, mas mudou discurso depois de negociação com a União Europeia, representando mais um vai e vem no mercado.
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Fonte: InfoMoney
