A Cúpula do BRICS, marcada para o domingo e segunda-feira no Rio de Janeiro, enfrenta desafios significativos antes mesmo de seu início oficial. Com a ausência de figuras-chave como Xi Jinping e Vladimir Putin, o encontro busca superar impasses cruciais para a formulação de sua declaração final, conforme avalia a analista de política da CNN, Jussara Soares.
Entre os principais pontos de discussão estão a possível condenação ao protecionismo comercial – uma referência indireta às políticas adotadas pelos Estados Unidos – e a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Além disso, os recentes conflitos entre Irã e Israel adicionam complexidade às negociações.
Tensões geopolíticas em foco
O Irã, em particular, pressiona por uma declaração mais contundente em relação aos ataques realizados pelos Estados Unidos e Israel contra suas instalações nucleares. Esta questão permanece em aberto, podendo ser levada para discussão direta entre os chefes de Estado e de governo presentes.
Apesar das ausências notáveis, o evento deve reunir representantes de 28 países. Xi Jinping será representado pelo ministro de Relações Exteriores chinês, enquanto Putin participará por videoconferência, devido a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional.
A analista aponta que o governo brasileiro minimiza o impacto dessas ausências, afirmando que o BRICS cumprirá sua missão. No entanto, segundo ela, é evidente que o encontro terá menos pompa do que inicialmente previsto, refletindo as complexidades do cenário geopolítico atual.
As discussões preliminares entre os negociadores já estão em andamento, preparando o terreno para as decisões que serão tomadas pelos líderes presentes. O resultado dessas negociações será crucial para determinar o tom e as diretrizes que o BRICS adotará frente aos desafios globais contemporâneos.
Fonte: CNN Brasil