Um acordo envolvendo a Alupar (ALUP11) mudando as condições de um projeto de transmissão de energia traz espaço para a companhia se valorizar na Bolsa brasileira, apontam em relatórios a Genial Investimentos e o Itaú BBA.
A mudança nas condições foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e envolve a Transnorte Energia (TNE), companhia que liga Manaus, no Amazonas, a Boa Vista, em Roraima, por uma linha de 1.700 quilômetros.
Segundo a Genial, a principal mudança foi a extensão do contrato dessa linha de transmissão, que agora vai até 2051. Outro ponto importante é o aumento da receita que a empresa pode receber por operar o serviço, valor conhecido como RAP, ou Receita Anual Permitida. A última estimativa era de R$ 395 milhões por ano, mas, com correções pela inflação, esse número deve chegar a cerca de R$ 553 milhões neste ano.
Para os analistas, assim, o evento se materializou da melhor maneira possível: incremento do período de concessão e RAP reequilibrada.
Com essas mudanças, os analistas da Genial revisaram os números da empresa e calcularam um novo preço-alvo de R$ 37 por ação. Antes do acordo, esse valor era R$ 2 menor. Eles também estimam que, ao preço atual de mercado, o retorno que o investidor pode esperar com a ação da Alupar gira em torno de 11,4% ao ano. Para chegar a esse número, os analistas consideram o tempo do contrato, a receita atualizada e o histórico da companhia.
A corretora também aponta que a Alupar deve vender sua parte no projeto. A empresa tem 51% da Transnorte Energia e já declarou a intenção de negociar essa fatia com a Eletrobras (ELET3), uma das maiores companhias do setor elétrico do país. A venda pode render até R$ 3,4 bilhões, segundo cálculos dos analistas. Esse número leva em conta o novo valor de receita, o tempo restante do contrato e alguns benefícios fiscais previstos para a operação. A estimativa não considera eventuais dívidas ligadas ao projeto.
Caso a venda aconteça, a Alupar pode usar o dinheiro para reduzir dívidas ou distribuir parte do valor entre seus acionistas. De acordo com informações da própria empresa, o investimento total feito no projeto até agora foi de R$ 3,1 bilhões.
O Itaú BBA avalia que a decisão encerra uma disputa de longa data e abre caminho para o projeto de transmissão há muito atrasado que conectará o estado de Roraima ao sistema elétrico nacional. O banco tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos ALUP11, com preço-alvo de R$ 41,07.
A disputa entre a Alupar e a Aneel em torno da TNE se arrastava há anos. O motivo eram questões ligadas ao licenciamento ambiental da linha, que passa por áreas com presença indígena. A situação gerou um processo arbitral, ou seja, uma discussão legal para resolver o impasse fora da Justiça comum. Com o despacho nº 1.991/2025 publicado pela Aneel, a disputa foi encerrada. Pelo acordo, a TNE fica responsável pelos custos do processo, e a agência reguladora não terá despesas.
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Fonte: InfoMoney