O sentimento em relação ao mercado acionário dos EUA está melhorando, mas ainda é cedo para os investidores baixarem a guarda, segundo estrategistas do Morgan Stanley.
A equipe liderada por Michael Wilson identificou quatro fatores necessários para sustentar uma alta mais duradoura, mas observou progresso em apenas dois: “Otimismo em relação a um acordo comercial com a China e estabilização nas revisões de lucros”, escreveram em relatório divulgado nesta segunda-feira (12).
“Os outros dois pontos da nossa lista — um Federal Reserve mais dovish (pró redução dos juros) e o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA abaixo de 4% sem dados que indiquem recessão — ainda não se concretizaram.”

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O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou na semana passada a abordagem de cautela do banco central quanto à flexibilização da política monetária. Enquanto isso, o rendimento do título de 10 anos supera os 4,4%. “Na nossa visão, um yield acima de 4,5% representa um obstáculo para a valorização dos ativos”, acrescentaram.
Os futuros do S&P 500 subiram e os ativos de risco se valorizaram nesta segunda-feira, após EUA e China concordarem em reduzir temporariamente tarifas sobre produtos de ambos os países. A medida, que busca reduzir as tensões comerciais, dá três meses para as partes negociarem um acordo.
Após cair quase 19% desde o pico em fevereiro por temores de uma guerra comercial global, o S&P 500 já recuperou cerca de metade das perdas, à medida que o governo dos EUA iniciou conversas com parceiros comerciais.
As tarifas foram um dos principais pontos de preocupação das empresas durante a temporada de balanços, com menções atingindo recordes nas teleconferências de resultados, segundo análise do Morgan Stanley.
Cerca de 30 companhias retiraram ou suspenderam suas projeções devido à incerteza em torno das tarifas, especialmente nos setores automotivo, de bens duráveis e industriais. Ainda assim, os estrategistas destacaram que essas ações subiram, em média, após a divulgação dos resultados.
Para Wilson, agora que o S&P 500 superou a resistência anterior de 5.500 pontos e voltou à faixa pré-“Dia da Libertação”, entre 5.500 e 6.100, novas altas dependerão de um acordo comercial com a China e de uma retomada nas revisões de lucros.
“O próximo e mais importante teste técnico para o S&P 500 desde o início desta recuperação, há cerca de um mês, ocorrerá na confluência das médias móveis de 200 e 100 dias (entre 5.750 e 5.800 pontos)”, disseram os estrategistas.
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Fonte: InfoMoney