As ações militares de Israel contra a população civil na Faixa de Gaza já passaram de todos os limites e são uma agressão bárbara ao direito internacional humanitário, disse o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, nesta quarta-feira (28).
O chanceler ressaltou que é legítimo que Israel queira defender sua população e busque o resgate dos reféns mantidos pelo Hamas, mas que as ações do atual governo para isso “ultrapassam há muito tempo qualquer limite de proporcionalidade em relação a sua autodefesa”.
“O direito de defesa não é direito de vingança”, reforçou durante fala à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
De toda forma, Vieira ressaltou que “o Brasil não é contra o estado de Israel, o Brasil tem seu nome na certidão de nascimento de Israel”, mas que violações do direito humanitário internacional não podem ocorrer.
Em relação a um possível corte de relações diplomáticas com Israel, o chanceler brasileiro se disse pessoalmente contrário e que isso não deve acontecer com nenhum país.
Entretanto, afirmou que a suspensão do comércio bilateral pode ser “examinada”.
Apoio à solução de dois Estados
Mauro Vieira também reforçou o apoio à solução de dois Estados, na qual um Estado palestino e um Estado judeu conviveriam pacificamente.
“Esperamos que outros países também entendam a gravidade da situação e contribuam para que se cheguem a uma solução na qual Israel e Palestina possam conviver lado a lado em paz e segurança em fronteiras mutuamente reconhecidas”, ressaltou.
Fonte: CNN Brasil